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Uma superprodução dirigida por Luiz Fernando Carvalho que reúne grandes nomes da teledramaturgia nacional, como Antonio Fagundes, Maria Fernanda Cândido, Daniel de Oliveira, Walderez de Barros e outros medalhões. Parece a descrição de uma daquelas clássicas minisséries que a Globo costumava exibir no início do ano, mas se trata de Independências, nova atração da TV Cultura.
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Após deixar a Globo, onde trabalhou por mais de 30 anos e emplacou grandes produções, o diretor Luiz Fernando Carvalho emplacou na TV pública de São Paulo uma minissérie que busca uma nova perspectiva sobre a Independência do Brasil. Independências conta com Antonio Fagundes como Dom João VI e Daniel de Oliveira como Dom Pedro I, e vai ao ar nas noites de quarta-feira.
No entanto, duas semanas após a estreia, Independências não fez grande barulho. Mesmo reunindo nomes de quilate, a atração tem passado praticamente despercebida na programação da TV Cultura. Por mais que o alcance da emissora seja limitado, ainda assim chama a atenção o fato de Independências não ter obtido qualquer repercussão, até mesmo em razão dos grandes nomes envolvidos.
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Produção autoral
Repetindo a parceria com Luiz Fernando de Abreu, com quem trabalhou nas minisséries Hoje é Dia de Maria (2005), A Pedra do Reino (2007) e Capitu (2008), Luiz Fernando Carvalho, em Independências, vai ainda mais fundo em sua busca por fazer uma dramaturgia autoral na TV aberta, em todos os aspectos.
Assim, na nova minissérie, ele repete a estética vista nas produções da Globo citadas acima, mesclando elementos lúdicos e teatrais e fugindo da tradicional linearidade narrativa da teledramaturgia convencional. O resultado é uma obra que foge do lugar-comum, provocativa, e que serve como um experimento audiovisual dos mais interessantes.
Neste contexto, faz bastante sentido a obra ser exibida pela TV Cultura. Sem as amarras da TV comercial, a emissora se mostra como um espaço experimental capaz de absorver a proposta artística de Independências.
Na verdade, tanto Luiz Fernando Carvalho como a própria Globo foram ousados quanto produziram obras como Hoje é Dia de Maria e A Pedra do Reino, já que sua proposta fugia de tudo o que a emissora já tinha feito até então. O resultado variou: a primeira foi um sucesso, mas a segunda foi um grande fiasco.
Baixa repercussão
Desde que a Globo passou a priorizar contratos por obra e dispensou grandes nomes, nenhuma obra audiovisual reuniu tantas estrelas fora da emissora quanto Independências. Além das estrelas já citadas, a minissérie conta também com Ilana Kaplan, Gabriel Leone, André Frateschi, Cássio Scapin, Renato Borghi e Cacá Carvalho, entre muitos outros.
A ideia da minissérie é retratar o período histórico da Independência do Brasil sob a perspectiva de personagens deixados à margem, como mulheres e negros. A produção é resultado de um processo colaborativo de um ano e meio, entre pesquisa, criação e realização. Por essas e outras, merecia uma maior atenção, tanto do público quanto da crítica.