Não é o seu primeiro papel na televisão, mas Castorine está debutando com um papel fixo nas novelas em Elas Por Elas, nova novela das seis da Globo.
Antes, a atriz carioca de 24 anos havia participado do Zorra entre 2019 e 2020. Agora, ela vive Yeda, umas das personagens mais marcantes da versão original do folhetim nos anos 1980, sob autoria de Cassiano Gabus Mendes.
Na trama oitentista, a personagem era vivida por Cristina Pereira (foto abaixo), em seu primeiro papel na Globo. Yeda era definida como uma moça feia e todo o humor que girava em torno da figura era para destacar a sua falta de beleza.
A personagem Márcia, de Eva Wilma, vivia hostilizando a filha por considerar que ela não era tão bonita como a irmã Cris, vivida por Thaís de Campos.
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Mudou tudo
Mas tal abordagem ficou no passado. Na adaptação, Yeda ganhará conflitos próprios e não existirá mais a comicidade envolvendo a sua aparência.
No reboot, Márcia será Lara, a cargo de Deborah Secco, enquanto que Cris será feita por Valentina Herszage. Castorine foi a escolhida para ser Yeda.
“Anteriormente, a piada era em cima do fato de Yeda ser feia, o que é algo absurdo. Fui buscar a definição da personagem daquela época e ela era apresentada como alguém que não apenas não era bela, como sabia não ser. A Yeda que interpreto vai por outro caminho. É uma mulher que super sabe lidar com seu corpo”, argumentou.
“Ela tem alguns outros conflitos. São cenas muito divertidas na relação dela com a irmã, elas se implicam e a minha personagem se posiciona. Não ocupando o lugar da militante chata, monotemática. Ela não é isso. Tem seus dramas, tem vida”, declarou Castorine sobre ao site de Heloísa Tolipan, mostrando que a figura do passado e a do presente serão completamente diferentes.
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Preconceito
Castorine comemora o fato de Yeda não ter na aparência o seu conflito em Elas por Elas. Mas a atriz revelou que já passou por perrengues e preconceitos por conta de seu tipo físico.
“Um dos testes que fiz recentemente era relativo a uma personagem gorda que deveria ser semelhante a uma pessoa padrão, e que era caçoada por isso. No final, ela ficaria com um cara padrão. Quando eu estudei o texto, observei que a graça estava não em mim, mas no meu corpo e optei por não fazer o teste para o papel, ainda que tenha ficado preocupada e temerosa com a recusa, mas achei importante me colocar neste espaço, enquanto mulher gorda. Afinal, eu mesma havia feito, em outro momento, um teste para uma personagem que não tinha nome e era apenas a ‘mocinha gordinha’. Estar nesse espaço é algo que não apenas não cabe mais, mas que não me cabe mais”, refletiu.
“É claro que eu tento ser saudável. Estou sempre sob acompanhamento. Já me ferrei muito com remédios de emagrecer, e, ainda que tenha perdido peso, acabei engordando muito com o rebote dessas medicações e engordei o dobro. Recebi a prescrição de usá-los ainda com 15 anos, quando eu, vendo hoje, nem acredito que estava gorda com aquela idade. Percebo das pessoas muita irresponsabilidade disfarçada de ‘deixa eu te ajudar a ter saúde’”, acrescentou a atriz.
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Outros trabalhos de Castorine
Castorine, que também é humorista, é formada pela CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e já atuou ao lado de grandes nomes da comédia, como Maurício Manfrini, no filme No Gogó do Paulinho (2020), além de ter no currículo cerca de 25 peças. Fez também uma ponta na trama Orgulho e Paixão, em 2018.
A releitura de Elas Por Elas está sobre a batuta de Alessandro Marson e Thereza Falcão e tem ainda outras mudanças visando formatar o folhetim para o horário das seis, além de atualizá-lo para os dias atuais.
