Um dos principais galãs da TV na década de 1990, fazendo sucesso em produções como Mulheres de Areia (1993) e A Viagem (1994), Guilherme Fontes relembrou recentemente uma espécie de “maldição” em seus papéis mais recentes na telinha.
Ele também se viu no olho do furacão quando fez sua estreia como cineasta. Em 1995, o ator comprou os direitos do livro Chatô – O Rei do Brasil, de Fernando Meirelles, e começou a rodar um filme baseado na obra.
Para a empreitada, Guilherme Fontes captou mais de R$ 12 milhões através da Lei Rouanet e da Lei do Audiovisual. No entanto, o projeto foi cassado em fevereiro de 2000 pelo governo federal e impedido de ser concluído por 15 anos para, somente então, ter as contas aprovadas e, em 2015, ser lançado.
No auge desta crise, entre 1997 e 2001, o ator foi alvo de várias acusações e críticas. Assim, após sua participação em O Rei do Gado (1996), Guilherme Fontes se afastou da TV. Seu retorno aconteceu em 2001, quando ele foi escolhido pela cantora Sandy para ser seu par romântico em Estrela Guia, novela de Ana Maria Moretzsohn.
Galã da Sandy
Na trama das seis da Globo, Guilherme Fontes vivia Tony, o padrinho da hippie Cristal (Sandy). Quando os pais da jovem morrem, a moça, que vivia numa comunidade alternativa, se muda para a casa de Tony na cidade grande. Ali, eles acabam se apaixonando.
O sucesso da novela, sobretudo entre os fãs da cantora, ajudou a amenizar a crise de imagem de Guilherme Fontes causada pelo imbróglio envolvendo Chatô, como ele mesmo revelou em entrevista.
“Tony chegou em um momento delicado. Estava sem grana e difamado, sendo acusado de inúmeros absurdos e com toda imprensa focada em destruir minha reputação e meu filme. A proposta era irrecusável. Foi engraçado e pitoresco me ver sair tão rapidamente das páginas policiais dos jornais e ser transformado em príncipe da princesa”, declarou.
Maldição?
Em recente participação no podcast Papagaio Falante, apresentado por Sérgio Mallandro e Renato Rabelo, Guilherme Fontes fez uma divertida observação sobre sua carreira após Estrela Guia. O ator declarou que, após ser o galã de Sandy, só foi convidado para fazer um tipo de personagem. Seria uma espécie de maldição?
“Você sabe que aconteceu uma coisa curiosa… sem desmerecer os convites de tudo o que eu fiz de lá para cá, mas depois do beijo da Sandy… só corno! Só fiz corno! Só fiz mijão e corno”, observou, arrancando risos dos apresentadores.
Guilherme se refere a personagens como Jeff Wall Street, de Bang Bang (2005), que era um capanga atrapalhado de vilão; ou Norberto, de Órfãos da Terra (2019), que era traído pela namorada Valéria (Bia Arantes).
Ele também viveu tipos atrapalhados e/ou com problemas de relacionamento em Beleza Pura (2008), Além do Horizonte (2013) e Boogie Oogie (2014), entre outros trabalhos.
