Suicídio de Alexandre movimenta a sétima semana de A Viagem

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A Viagem – Semana #7

• O acontecimento mais marcante da semana foi o suicídio de Alexandre. Percebem que a tragédia não se estendeu, afinal era uma novela das sete da noite, com grande audiência infantojuvenil. Achei que foi o suficiente, tanto o modo como Alexandre morre, quanto o tempo no roteiro para o sofrimento da família. Alexandre se matou, é o que importa neste momento, agora a trama da novela deslancha.

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• Às vésperas do suicídio de Alexandre, Diná foi visitá-lo na cadeia. Foi a primeira vez que Guilherme Fontes apareceu caracterizado de espírito, com a blusa de gola rolê preta e o cabelo desgrenhado para frente.

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• As cenas da cerimônia de cremação, em que o espírito de Alexandre transpassa os vivos, foram boas, mesmo considerando as limitações da época. Nada muito diferente do vimos no filme Ghost.

• Otávio, lendo o Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, começa a se inteirar mais com Alberto sobre a Doutrina Kardecista. Na cena em que os dois conversam sobre o assunto, Alberto é bem didático, como se explicasse para uma criança de 10 anos entender, o que acho ótimo, já que a ideia da autora era que o Kardecismo fundamentasse a trama da novela.

• Glória vivendo uma paixão platônica por Otávio é outro rolê aleatório de A Viagem. Sabemos que é uma trama que não dá em absolutamente nada e não tem serventia alguma para a história. Na versão original, de 1975, esse entrecho não existia. A governanta se chamava Luísa e foi interpretada pela atriz Leonor Lambertini, uma senhora já idosa (um ano depois ela foi a mãe de Nicette Bruno em Éramos Seis, da Tupi).

Anos atrás, conversei com Denise Del Vecchio sobre Glória e ela fez uma carinha de insatisfeita. Na verdade, a personagem estava muito aquém das possibilidades da atriz. Denise fez apenas figuração de luxo, por mais que Glória fosse importante para Otávio, por ter ajudado a criar seus filhos, e servisse de grilo falante ou de orelha (principalmente quando Tato começa a receber a influência do espírito de Alexandre).

• Muito bonita a sequência em que Diná e Otávio conversam na estufa da casa dele. De novo, Diná o procura para acusá-lo e, dessa vez, ele revida, ao mesmo tempo em que demonstra sua admiração por ela, o que a desarma totalmente. Gosto da maneira como Ivani Ribeiro leva essa trama, paulatinamente, afinal Diná precisa passar do ódio ao amor por esse homem. A sequência toda foi bonita, com ótimos texto, direção e atores.

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• Mais uma vez foi criada uma situação tosca de revolta de Téo contra Diná. Dona Maroca deu calmante para a filha, que dormiu e não foi perseguir o marido. E Téo se revolta com isso, porque apesar de ela não ter ido atrás dele, houve a intenção. Deu né!

• A Bárbara, da banda do Zeca, teve a seguinte fala com ele: “Eu não tenho medo da morte, não. Com certeza lá em cima é muito melhor“. Impossível não lembrar com tristeza que sua intérprete, a novata atriz Chris Pitsch, faleceu um ano depois da novela, aos 25 anos de idade, vítima de uma parada cardíaca.

• Acho que a versão feia de Carmem já deixou de convencer (se é que convenceu algum dia). Deram uma relaxada na caracterização “ogra” da personagem. Mas convenhamos que é uma tarefa difícil deixar Suzy Rêgo feia!

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• Morro de rir com Dona Cininha com a camiseta de Madonna (do livro “Sex”, da época do álbum “Erótica”). Nem foi a primeira vez que a personagem apareceu com ela.

• Achei legal a autora lançar esse mistério no ar: quem é o Mascarado? Robertão, ex-parceiro de Fátima que veio para cortar a língua dela, ou Ismael, o marido mau-caráter de Estela que voltou.

• Taí uma coisa que eu não sabia: Vovó é avó de Padilha.

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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