Estrelada por nomes como Cauã Reymond, Terra Bruta (nome provisório) promete levantar e exaltar a causa indígena. Até mesmo a história real de um índio será abordada na próxima trama de Walcyr Carrasco, que substituirá Travessia em maio.
O Índio do Buraco realmente existiu e, na sinopse da novela, foi descrito pelo autor como “um personagem especial.
Tal qual o real, o tipo nunca terá a sua origem, tribo, etnia, nome, língua, enfim, nenhuma informação revelada no folhetim. Sabe-se apenas que ele viveu abrindo buracos pelo chão das florestas e, por isso, tem esse apelido.
Homenagem
Acontece que o índio (na foto acima) viveu exatamente dessa forma por quase 30 anos, sempre afastado da vida externa e isolado do contato com a civilização.
“O real morreu recentemente e faremos uma homenagem a ele, criando um personagem semelhante que também morrerá ao longo da trama”, contou o dramaturgo, já revelando o seu final.
Ele vivia na terra indígena Tanaru, em Rondônia, mas foi encontrado morto em agosto do ano passado por agentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Através de imagens feitas por câmeras de segurança, fazendeiros foram vistos invadindo a palhoça onde ele vivia.
Causa indígena
A produção pretende citar a luta dos povos originários para manterem suas terras e tradições, além de exaltar a causa indígena, destacando as histórias, lendas e cultos dessa população, que nos últimos tempos vem sendo agredida e negligenciada pelo governo.
“Todas essas regiões sofreram (e sofrem) conflitos com terras indígenas. Mas os povos originários ainda estão aí. No caso, para representá-los, e à sua trajetória, temos quatro personagens, da etnia Guató”, disse Carrasco (foto acima).
Recentemente, a Globo contratou um especialista na causa – Daniel Mundukuru (foto acima) – para poder abordar mais fidedignamente o tema dos índios dentro do enredo, de forma que não seja cometido nenhum deslize na história.
