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Com o final de Fuzuê, as atenções da Globo se voltam à estreia de Família é Tudo, sua sucessora. A história assinada por Daniel Ortiz terá como missão reverter a má fase do horário, já que a audiência da faixa foi derrubada com o fiasco da história de Gustavo Reiz.
Nathalia Dill em Família é TudoTrata-se de um desafio mais complexo do que parece. Afinal, assim como Reiz, Ortiz preza pela novela das sete “clássica”, muito calcada na comédia despudorada. A fórmula foi rejeitada pelo público recente do horário.
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Novela “pé no chão”
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A Globo enfileirou fiascos recentes na faixa das sete recentemente. Quanto Mais Vida, Melhor! (2021) e Cara e Coragem (2022) registraram baixos índices de audiência e não conseguiram alcançar grande repercussão junto ao público.
A má fase só chegou ao fim com Vai na Fé. A trama de Rosane Svartman conquistou o público ao mostrar uma história agridoce. O cerne da trama era um drama pesado, já que envolvia uma história de abuso sexual. Porém, apesar da abordagem séria, a trama sempre lançou um olhar otimista sobre estas e outras questões.
A fórmula não fugiu do humor característico da faixa, sobretudo nas tramas paralelas. Mas o centro do enredo era denso. Trata-se do estilo de Rosane Svartman, já que Totalmente Demais (2015) e Bom Sucesso (2019), que assinou com Paulo Halm, seguiam o mesmo formato e também foram bem-sucedidas.
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Fim do pastelão?
Já Fuzuê, sua sucessora, entrou em cena com uma proposta totalmente oposta. O estilo mais naturalista de Rosane Svartman deu espaço a uma típica comédia pastelão e nonsense, que já funcionou muito no horário.
Logo no primeiro capítulo, o público acompanhou situações insólitas, como um bartender que brotava dançando de uma coluna e uma guerra de bolos que melecou boa parte do elenco. A vilã Preciosa (Marina Ruy Barbosa), aliás, era alvo constante de ataques gosmentos: ela também foi atingida por sucos coloridos e doces logo no início da trama.
Mas Fuzuê não emplacou. O erro maior da novela foi a cansativa caça ao tesouro que fazia a trama andar em círculos. No entanto, muita gente acredita que o fato de a novela ter se mostrado muito diferente de Vai na Fé também ajudou a afugentar o público.
O que esperar de Família é Tudo?
Daniel Ortiz volta ao horário das sete diante deste dilema. O autor é adepto das comédias românticas despretensiosas e sem grandes compromissos com a vida real. Alto Astral (2014), por exemplo, tinha como protagonista um médico que conversava com espíritos.
Nova versão de Sassaricando (1987), Haja Coração (2016) apostou fundo no nonsense. Depois veio Salve-se Quem Puder (2019), que mesclava humor e aventura, mas com uma trama repleta de situações folhetinescas fantasiosas. As três tramas registraram bons índices de audiência, o que mostra que Ortiz conhece bem o público do horário.
Curiosamente, Família é Tudo é vendida pela Globo como uma trama sobre relações familiares. Ou seja, a trama está mais para Vai na Fé e menos para Fuzuê. Porém, é fato que Ortiz adora uma novela “farofa”. Será que ele vai conseguir dosar bem os dois estilos para atrair públicos distintos?
Esse será seu principal desafio em Família é Tudo. O autor terá que reconquistar o público que fugiu do horário, mas sem trair o estilo que o consagrou: a comédia romântica. Será que vai dar certo?