Subitamente: jovem promessa da Globo morreu com cigarro na mão

Felipe Pinheiro

Nos anos 1980, a televisão revelou inúmeros talentos do humor; o ator Felipe Pinheiro foi um desses artistas criativos que ganharam espaço em programas e novelas.

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O ator baiano começou sua carreira no teatro, atuando ao lado de seu amigo Pedro Cardoso e fazendo sucesso com comédias do estilo besteirol e non sense. Não demoraria muito para a televisão observar o talento da dupla.

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O primeiro trabalho de Felipe e Pedro foi na estreia do programa Teletema em 1986, atração que substituiu o Caso Verdade na Globo. Escrito pelos dois, o público acompanhou os episódios de Bar, Doce Bar, em que três amigos se encontram em um bar e têm as personalidades trocadas para fugir de contrabandistas.

TV Pirata e novelas

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A criatividade de Felipe o levou a fazer parte do time de roteiristas do TV Pirata (1988), ao lado de Pedro Cardoso, Luís Fernando Veríssimo e a equipe do Casseta e Planeta. A atração foi um marco do humorismo da televisão brasileira, revolucionando a forma de fazer e ver humor.

Como ator, Felipe esteve presente na novela Bebê a Bordo (1988), dando vida a Ladislau.

Ele também foi um dos destaques de Vamp (1991), interpretando o divertido vampiro Giron. Mesmo com o sucesso, o personagem saiu cedo da trama de Antonio Calmon.

“Tem muita gente. Alguém tinha que sair. Gerald (Guilherme Leme) e eu temos a mesma linha de atuação, sendo que ele está muito mais envolvido na trama. Sobrei”, desabafou o ator, na época, ao jornal O Dia.

Felipe também fez parte do elenco da minissérie O Pagador de Promessas (1988) e da série Contos de Verão (1993).

Casal Unibanco

Ele fez sucesso também durante os intervalos comerciais. Em 1992, a W/Brasil, inspirada nas séries de comédia dos Estados Unidos, criou dois personagens para um banco – o famoso Casal Unibanco, composto por Paulo Roberto e Maria Elisa.

Ao lado de Kátia Brostein, Felipe fez comerciais bem-humorados, que tinham um certo humor nonsense. Paulo Roberto sempre estava desconfiado da qualidade do Unibanco e queria provar que a empresa estava mentindo.

Nessa mesma época, em 1993, ele fazia parte do elenco da novela Olho por Olho, vivendo com intensidade o sucesso de sua carreira que estava deslanchando. Mas, infelizmente, tudo isso durou pouco.

Morte precoce

Em 1º de novembro de 1993, o ator foi encontrado morto dentro de seu apartamento no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro (RJ). A faxineira encontrou a porta do quarto do ator trancada e o chamou insistentemente.

Em seguida, chegou a mãe do rapaz, acompanhada pelo motorista da família, que conseguiu olhar pela janela do quarto e viu o ator caído sobre a cama, vestindo bermuda e camiseta, e com um maço de cigarros na mão.

Segundo o médico legista que constatou o óbito, o ator sofria de hipertensão e o motivo da morte foi insuficiência cardíaca. Com apenas 33 anos, o Brasil perdia, de forma precoce, um dos grandes talentos do humor.

Alguns comerciais do Unibanco já estavam prontos e, em conjunto com a família do ator, foi decidido que esses quatro anúncios iriam ao ar pela primeira e última vez em diversas emissoras.

“Paulo Roberto vai deixar saudades. Mas saudades mesmo, saudades de verdade, vai deixar Felipe Pinheiro: uma perda para o teatro e para a televisão brasileira”, disse o texto lido por um ator durante a homenagem póstuma.

Já na novela da Globo, seu personagem, Bob Walter, que mal apareceu na trama, acabou tendo a sua saída explicada por uma viagem a Los Angeles, nos Estados Unidos.

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