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Em 2015, a Globo trouxe de volta a Escolinha do Professor Raimundo, um fenômeno de audiência dos anos 1990, comandado por Chico Anysio.
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Novos atores viveram personagens antigos, já bem conhecidos pelo público. A atração, que era exibida nas tardes de domingo, fez sucesso e trouxe boa audiência para o horário. Só que a emissora pensava ir além…
A ideia era fazer uma versão mais adulta do humorístico para tentar salvar um horário problemático.
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Em busca do humor sem vergonha
A nova Escolinha teve que se adaptar aos novos tempos. Piadas de duplo sentido, machistas e homofóbicas foram cortadas. O tom leve foi adotado não só pela mudança no humor; o horário de exibição atingia todas as faixas etárias. Se tivesse que fazer algo mais “picante”, não poderia ser no domingo de tarde…
Naquela época, a Globo sofria constantes derrotas para o Programa Silvio Santos, que, a partir das 23h, exibia as famosas Câmeras Escondidas e assumia a liderança de audiência. Programas de humor, realities e filmes eram as armas usadas contra o dono do Baú, mas nada surtia efeito.
Segundo o portal Notícias da TV, em 22 de dezembro de 2015, a direção global olhou para a Escolinha como a solução para barrar Silvio. A ideia era transferir o humorístico para o fim dos domingos e, fora das tardes, investir em piadas mais ousadas e de cunho sexual.
Só para maiores
Além disso, o elenco teria mais liberdade para improvisar. Dani Calabresa, Marcelo Adnet, Marcos Caruso e Fabiana Karla, entre outros, teriam espaço para contar piadas e brincar com os outros personagens da sala de aula.
O projeto acabou ficando apenas no papel. A Escolinha do Professor Raimundo manteve o seu horário normal, com texto leve e nada picante…
O público aprovou a nova Escolinha, mas nem todos estavam felizes com essa nova versão. Paulo Cintura, ator que esteve presente no programa exibido nos anos 1990, fez duras críticas a Bruno Mazzeo, que assumiu o papel do pai Chico Anysio.
“Só pensam em benefício próprio”
Sucesso com o bordão “Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa!”, Paulo Cintura soltou o verbo em entrevista ao portal Notícias da TV, em 7 de julho de 2017.
“A Escolinha dos Traíras? Eu acho um absurdo. É bom ninguém me chamar, porque eu sento o couro nos caras. Acho que o que eles [elenco e direção] estão fazendo é uma covardia, uma indelicadeza, uma safadeza. Sou totalmente contra. Estão pegando personagens que não pertencem a eles. Eu chamo aquilo de Escolinha da Trairagem”, declarou.
A resposta do novo professor
A Globo alegava que a atração era uma homenagem ao legado de Chico Anysio e aos artistas que fizeram parte da sala de aula mais famosa do Brasil. Para Cintura, tudo não passava de oportunismo.
“Homenagem é o cacete. Os atores deviam ter a consciência de ligar para as famílias dos mortos e para os que estão vivos e falar: ‘Estou fazendo um personagem seu, acho que estou ganhando nas suas costas, vou te dar 20% do meu do meu salário’. Mas essas pessoas não foram consultadas. Não ligam pra isso, só pensam em benefício próprio. Isso se chama maldade. Eu acredito que essas pessoas vão pagar por isso nessa vida ou na outra”, desabafou.
Bruno Mazzeo respondeu Cintura de forma irônica, através das redes sociais.
“Meu pai fez muita coisa importante, muita coisa boa para a cultura, para a arte, para o entretenimento brasileiro, coisas que marcaram, coisas realmente importantes para a nossa cultura. Mas em compensação ele também lançou o Paulo Cintura”, escreveu, em maio de 2020.
A atração ficou no ar até 6 de novembro de 2020 e foi reprisada nas tardes de sábado até meados desse ano.