ÚLTIMO DESEJO
Só fazer: antes de partir, autor deixou remake pronto para a Globo
28/11/2024 às 18h18
Após negar o último pedido de Gilberto Braga (1945-2021), que queria se redimir do fracasso de Babilônia (2015), mas não ganhou uma nova oportunidade da Globo, a emissora resolveu valorizar a obra do autor.
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Isso tudo sem contar o remake de Vale Tudo (1988), que será a próxima novela das nove da Globo.
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Novelas inéditas
No entanto, se quiser, a Globo pode realizar o último desejo de Gilberto Braga mesmo depois da morte do novelista. Isso porque ele deixou duas novelas inéditas praticamente prontas antes de partir.
Uma delas é Intolerância, uma releitura de Brilhante (1981), novela das oito que não fez sucesso em sua exibição original.
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Em entrevista à revista Amiga, em abril de 1982, Braga falou sobre o fiasco da produção.
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“Uma série de fatores meio imponderáveis. Difícil, quase impossível, fazer qualquer tipo de análise científica. Sei que houve, no início, erros de narrativa, por exemplo. Histórias demais se intercruzando, acarretando uma grande dificuldade de captação. Personagens quase todos sem empatia, por falta de heroísmo. O público precisa de heróis, gente por quem torcer”, analisou.
“Fiquei nervoso, perdido, triste, rejeitado. Principalmente porque eu gostava muito do que estava no ar. Talvez até mais do que a partir das correções. Mas lidar com esse tipo de problema só me enriqueceu”, concluiu o autor.
Censura
Um dos “problemas” de Brilhante era o personagem Inácio (Dennis Carvalho), que era homossexual. Na época, a Censura não permitia o uso da palavra “homossexual”, o que dificultava o desenvolvimento da trama.
Justamente por isso, o autor revelou que gostaria de contar esta mesma história, mas agora sem as amarras da Censura. A novela traria de volta o conflito entre Inácio e sua mãe, Chica Newman (Fernanda Montenegro), além de núcleos inéditos.
Ele revelou ainda que, pouco antes de morrer, o autor teria recebido a encomenda da emissora de transformar a trama em um projeto para a faixa das 21 horas, mas não houve tempo para isso.
Feira das Vaidades
A trama era inspirada em Vanity Fair, obra de William Makepeace Thackeray, escrita em 1847. Ela contava a história de duas mulheres, uma muito rica e outra muito pobre. Esta última se casava com um homem rico para mudar de vida, mas o rapaz acaba perdendo tudo em seguida. A trama, originalmente retratada na Inglaterra do século XIX, seria adaptada para o Rio de Janeiro dos anos 1920.
Feira das Vaidades foi aprovada e encaixada na fila das novelas das seis da Globo ainda antes da pandemia.
Dennis Carvalho foi escalado como diretor artístico, enquanto Malu Mader e Cassio Gabus Mendes eram cotados para o elenco. Denise Bandeira assinaria a trama com Giba, e Sérgio Marques, Fernando Rebello e Maria Elisa Berredo seriam os colaboradores.
O autor chegou a entregar à emissora nada menos que 80 capítulos da obra, que acabou sendo simplesmente cancelada pela Globo.