Um artista precisa pensar muito bem antes de processar uma emissora de TV. Se a vitória não for certa e a quantia não compensar tanto, ele pode acabar cortado daquele canal para sempre e viver uma fase ruim na carreira.
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Na Globo, alguns nomes que resolveram colocar o canal na justiça nunca mais retornaram às suas produções. É o caso de Carolina Ferraz (na foto acima, com Malu Mader em Haja Coração), que só voltou ao vídeo após aceitar ir para a Record.
A atriz, que também é jornalista, ficou na casa por 25 anos, saindo em 2017, e resolveu acionar o canal na justiça para ter reconhecida a sua relação empregatícia com a empresa.
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Carolina, assim como vários artistas que trabalham como PJ (Pessoa Jurídica), pedia o pagamento de férias, décimo terceiro salário, FGTS e rescisão contratual.
Após o episódio, ela nunca mais conseguiu trabalhar na estação carioca. A atriz só ganhou nova oportunidade na televisão ao se mudar para a concorrente, em junho de 2020, para comandar o Domingo Espetacular.
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Sem perdão
Outra coisa que a toda poderosa não perdoa são os artistas que saem de seu cast e passam a falar mal da instituição em entrevistas em qualquer meio midiático.
São os casos de Pedro Cardoso e Maitê Proença. O primeiro ficou na emissora carioca durante quase 30 anos, chegando em 1985 e saindo pouco tempo depois do término do seriado A Grande Família, que o tornou mais conhecido em todo o país. Pedro caiu no imaginário popular graças ao seu Agostinho Carrara, um tipo cara de pau que usava roupas coloridas.
Após deixar a líder, o ator passou a destilar toda a sorte de críticas a ela. Em 2015, a chamou de “acovardada e conservadora” em uma entrevista a Mauricio Stycer, do UOL, chegando a dizer que a programação da Globo era ultrapassada.
E não parou por aí… Em junho de 2016, no programa Pânico, da Jovem Pan, Pedro disparou que os antigos patrões não valorizaram o seu trabalho.
“Eu achava que a Globo me ofereceria um horário para eu desenvolver um projeto autoral. Mas tiveram o mais absoluto desprezo pelo meu trabalho lá dentro”, disse.
No mesmo mês, o artista ainda esteve no extinto Programa do Gugu, criticando a novela Verdades Secretas, que era sobretudo transgressora do conservadorismo que havia reclamado antes. Ele ainda aproveitou para minimizar os efeitos de suas críticas.
“Se o preço da minha liberdade for esse, eu vou pagar feliz. Eu acho que o artista tem um compromisso muito grande com a verdade. Você tem que falar o que pensa e dizer a verdade”, argumentou.
Demitida via imprensa
Reprodução / Instagram
Já a eterna Dona Beija (1986) reclamou que foi prejudicada dentro da Globo por não ceder aos constantes assédios que sofreu, além de reclamar que soube de sua dispensa pela imprensa.
“Foi muito estranho, não tive nenhum aviso. Quando começaram os boatos de que eu já tinha sido dispensada, liguei para a pessoa que tinha me dito que o contrato seria renovado e ela me falou que, de fato, ia ser descontinuado”, disse no Roda Vida em novembro de 2017.
“Às vezes, o sujeito passa dez anos tirando papéis de você, porque você não cedeu. Ele mina o seu trabalho. São pessoas que atrapalham a sua vida sistematicamente, te perseguindo mesmo”, revelou sem citar nomes.
Em 2015, ainda como contratada, Maitê lançou que a Globo não era lugar para pessoas de verdade em um papo com a revista Playboy.
“Eu fui me tornando uma pessoa muito de verdade. E a Globo não é lugar para você ser de verdade. Lá, é um lugar onde todo mundo é vaidoso, as pessoas esperam que você as reconheça, e eu nem sabia quem deveria ser reconhecido porque nunca tinha visto televisão na minha vida”, expôs.
Com tanta verdade, ela nunca mais pisou por lá desde que foi dispensa, em 2017. Cardoso também não. Nem mesmo para projetos no Globoplay os atores foram considerados. Um esquecimento total.
