Fazia tempo que eu não gostava tanto de uma novela das 9. Para ser sincero, desde Império (2014). Nesse meio tempo, confesso que, por diferentes motivos, nenhuma das tramas seguintes me fizeram sintonizar a Globo no horário das 21h. Mas A Força do Querer, quem diria! Me deixa grudado na TV até os créditos finais subirem.
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Muito já se falou sobre os bons méritos da novela – seja o texto inspirado de Gloria Perez ou o elenco bem escalado – e eu gostaria de acrescentar nessa lista a retomada de (bons) hábitos antigos da teledramaturgia brasileira. Nessa trama temos, por exemplos, dezenas de personagens femininos bem construídos. É impossível não se compadecer de Aurora (Elizangela), não gostar de Bibi (Juliana Paes) virando perigosa ou torcer para que Jeiza (Paolla Oliveira) se torne uma estrela do MMA e, junto, combata o crime do Rio de Janeiro. Como não dar boas risadas e se emocionar com o drama de Silvana (Lilia Cabral)? Isso sem falar em Joyce, o melhor personagem de Maria Fernanda Cândido em novelas há anos.
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Além disso, Rogério Gomes levou o principal produto da Globo para fora dos estúdios. Juliana Paes, dia desses, contou que a sua semana é cheia de externas na comunidade Tavares Bastos e apenas um dia é de estúdio. Vamos combinar que essa mudança de ares fez muito bem. A favela real é muito diferente daquelas idealizadas no antigo Projac. As cidades cenográficas, antes aclamadas como de vanguardas e realistas, hoje são extremamente artificiais. Não só as cenas na favela, mas também é possível ver vários personagens circulando pelas ruas do Rio de Janeiro, em cenas externas durante o dia ou à noite. Lembra um pouco Mulheres Apaixonadas (2002), da qual Rogério Gomes participou da direção geral. A novela de Manoel Carlos ficou famosa na época por não ter cidade cenográfica.
Tomara que as próximas novelas do horário também sejam inovadoras (afinal a trama de Ivana (Carol Duarte) é um marco) e ao mesmo tempo saibam aproveitar elementos que fizeram a novela brasileira tão famosa e adorada no mundo.
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100 horas de conteúdo
Vale destacar o ótimo trabalho da equipe de mídias sociais da Globo durante o Criança Esperança do último fim de semana. Foram mais de 100 horas de plantão, muitos conteúdos nas páginas e perfis da emissora nas redes sociais. Até o SBT entrou na onda e desejou boa sorte à equipe da Globo e ao Criança Esperança. O trabalho foi capitaneado pelo Carlos Alberto Ferreira e a Daniela Pereira.
Participação abençoada
Vai ao ar a partir desta quarta-feira (23) a participação do Padre Fábio de Melo na novela Carinha de Anjo do SBT. Em sua primeira aparição em novelas, o padre, que interpreta a si mesmo, fará uma visita a Doce Horizonte para conhecer o internato e o coral de freiras. Os acontecimentos dessa visita ilustre serão exibidos até o capítulo da próxima terça-feira.
Vale a pena ver
Convidada de Tony Ramos no A Arte do Encontro que vai ao ar nesta quarta, 23, às 21h30, no Canal Brasil, Vera Holtz reflete sobre fé, passagem do tempo e representação. No estúdio, a dupla lê passagens de obras de Hilda Hilst, Wislawa Szymborska e Fernando Arrabal.