Em setembro deste ano, a Record TV completa 70 anos no ar. O Domingo Espetacular tem feito uma série de reportagens com artistas que passaram pela casa e marcaram a história da emissora.
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E uma delas foi Ana Maria Braga, que por sete anos comandou o Note e Anote. Durante sua participação, ela agradeceu o “pé na bunda” que levou de um diretor de uma editora na qual trabalhou antes de ir para a Record.
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Muito antes da TV de Edir Macedo, Ana Maria já tinha sido apresentadora da extinta Rede Tupi, nos anos 1970. Após o fim da emissora, ela virou diretora da Editora Abril, cuidando das revistas femininas da empresa.
Pé na bunda necessário
Após 10 anos na editora, ela foi demitida e afirma que não sente mágoa alguma, e sim gratidão.
“Um pé na bunda às vezes te impulsiona para outros cantos. Preciso agradecer a esse diretor. Se eu soubesse onde ele está, mandava um caminhão de rosas”, brincou.
Ela voltaria a televisão em 1992, quando fez um teste para comandar o Note e Anote.
“Fiz o teste, entrevistei uma moça, e passei. Eles falaram: ‘Você tem um espaço de duas horas pela manhã, você pode apresentar’. Fizeram uma conta, acho que dava CR$ 1000 na época. Eu falei que topava. Me deram as câmeras e a oportunidade de falar. Eu fazia desfiles de moda, entrevista com médicos, advogados”, relatou ao programa.
Vestindo a camisa
Naquela época, a Record tentava se firmar na audiência e financeiramente. Por falta de verba, a apresentadora ajudava na produção
“Não tinha nada aqui. Trazia prato, garfos… Comecei do 0,0 [traço de audiência], fazendo coisas simples para as mulheres de final de semana, para dar ideias. Coisas que eu gostava de fazer, mas de um jeito mais descontraído na cozinha”, contou.
“Foi crescendo, melhorando, audiência subindo, comecei a ganhar dinheiro e a Record também”, continuou.
O sucesso foi grande que a atração passou para a tarde e ocupou seis horas da grade da emissora. Além disso, a apresentadora ganhou o Programa Ana Maria Braga, que contava com um auditório e era exibido semanalmente.
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A briga que virou demissão
Mas em abril de 1999, o então presidente da emissora, bispo Honorilton Gonçalves, e o diretor de programação, José Paulo Valone, informaram que Ana Maria Braga estava dispensada.
Em entrevista ao Roda Viva, Ana Maria falou sobre os motivos de sua saída da emissora de Edir Macedo.
“Eu tive uma briga com o bispo Gonçalves por conta de um pagamento. Ficamos chateados um com outro. Era sexta-feira à tarde. Ele me olhou e disse: Você não precisa voltar mais. Eu falei: Não quer que eu faça semana que vem? Ele falou: Não! Aí não voltei mais”, relembrou.
Meses depois da demissão, ela assinou com a Globo e segue a frente do Mais Você, sendo uma das principais apresentadoras da TV.
No início, as dificuldades
Mas nem tudo foi fácil para Ana Maria: o Mais Você entrou no ar em outubro de 1999, ocupando o início das tardes da Globo. Mas as derrotas consecutivas para o seriado Chaves acenderam a luz vermelha na emissora, e o ponto de virada foi um desabafo.
No dia 22 de novembro, ela tirou o ponto eletrônico e falou diretamente com o telespectador.
“Tenho recebido muitas críticas. Eu me sinto como alguém que chegou numa casa nova. E ela é tão bonita, tão bem-feita, que eu fico com medo de mexer nas coisas. Meu diretor de imagem vai ficar maluco, mas eu vou me levantar para mexer no vaso de flores. Quero agradecer sua paciência e dizer que só quando eu chegar à minha casa poderei chegar também à sua”, pontuou.
De forma corajosa, ela defendeu a equipe e afirmou que todos os problemas eram de sua responsabilidade.
“A culpa é só minha. A Globo me deu tudo o que tenho direito. Graças a Deus, tenho uma equipe muito competente. Quis dizer tudo isso porque recebi muitos e-mails pedindo que eu fosse mais eu e acordei: dei um ‘acorda, menina’ em mim mesma. A partir de hoje, você vai estar num programa diferente”, prometeu.
De fato, essa foi a virada que a atração precisava. A mudança para as manhãs foi um ponto positivo e hoje a apresentadora lidera a audiência.