Sina persegue novelas de Gloria Perez desde a década de 90

Travessia - Drica Moraes

Fábio Rocha / Globo

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Travessia é uma das piores novelas das nove da Globo de todos os tempos. Com uma história frouxa e sem sentido, a trama não agradou ao público da emissora e vem amargando baixíssimos índices de audiência. É o resultado mais fraco desde Um Lugar ao Sol (2021), considerado o título das nove menos visto de todos os tempos.

Fábio Rocha / Globo

Mas, para quem conhece bem o currículo de Gloria Perez, o desempenho ruim de Travessia não chega a surpreender. Afinal, desde 1995, a autora tem intercalado folhetins bons e ruins. Com isso, após A Força do Querer (2017), considerada por muitos uma das melhores novelas da autora, já era esperado que viria uma bomba por aí. E veio mesmo. É uma sina de Gloria!

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Maldição

Divulgação / Globo

A “maldição” que cerca as novelas de Gloria Perez ficou evidente a partir de 1995, quando a autora assinou Explode Coração. A trama da cigana Dara (Tereza Seiblitz) fez bastante sucesso junto ao público e ditou moda, revelando aos espectadores diversas curiosidades da cultura cigana.

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Mas, após a conclusão da trama, Gloria Perez decidiu homenagear sua mestra Janete Clair, assinando o remake de uma de suas obras mais icônicas. Veio então a segunda versão de Pecado Capital, que se revelou um grande fiasco.

Exibida na faixa das seis em 1998, Pecado Capital não encantou o público como em sua versão original. Além do enredo sem maiores atrativos, o folhetim também teve problemas na escalação de elenco.

Repetir o explosivo par romântico de Por Amor (1997) não rolou e Carolina Ferraz e Eduardo Moscovis, desta vez, não funcionaram juntos. Mas o pior foi a falta de química entre Carolina e Francisco Cuoco, que rendeu até briga nos bastidores. Deu tudo errado!

Sucesso x fracasso

Divulgação / Globo

Três anos depois, Gloria Perez retornou ao horário nobre da Globo com O Clone. A novela estreou cercada de desconfianças, afinal misturava vários temas inusitados: clonagem humana, islamismo e drogas, entre outros.

A receita, contudo, se mostrou certeira. O Clone foi um sucesso estrondoso, que alçou ao estrelato Giovanna Antonelli e Murilo Benício. Nem mesmo o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, que deixou a Globo apreensiva acerca de como o público receberia uma trama sobre islamismo, impediu o sucesso.

Porém, em 2005, a coisa não se repetiu.

América veio com a mesma proposta de misturar vários temas. Imigração ilegal, cleptomania, homossexualidade, rodeios e vida após a morte eram alguns deles. Mas a recepção foi bem diferente de O Clone: ao contrário de Jade (Giovanna), Sol (Deborah Secco) foi rejeitada e o folhetim teve vários problemas.

Por conta da fraca receptividade inicial, América trocou de diretor e passou por uma espécie de reformulação. A audiência subiu, mas a narrativa metralhada pelo público e pela crítica. Passou longe da unanimidade de O Clone…

A história se repete

Divulgação / Globo

Após América, Gloria Perez retornou ao horário nobre da Globo com Caminho das Índias (2009). A novela demorou um pouco para engrenar, mas logo Maya (Juliana Paes) repetiu o feito de Dara e Jade, tornando-se uma daquelas mocinhas que ditam moda e agradam ao público. No fim, tornou-se mais um sucesso de Gloria Perez.

O mesmo não aconteceu com a trama seguinte, Salve Jorge (2012). A trama sobre tráfico humano foi severamente criticada por sua história rocambolesca e pouco verossímil. Desta vez, a mocinha Morena (Nanda Costa) não agradou e até perdeu espaço no folhetim.

Aí veio A Força do Querer (2017), que recuperou o prestígio da autora e a audiência do horário, enfraquecido por fiascos como Velho Chico (2016) e A Lei do Amor (2016). A história de Bibi Perigosa (Juliana Paes), Ritinha (Isis Valverde) e Jeiza (Paolla Oliveira) agradou ao público em cheio.

Assim, a “maldição” de intercalar novelas boas e ruins segue agora com Travessia. Com isso, é fácil concluir que, na próxima, Gloria Perez acerta.

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