O choque ainda está grande na Simba Content – joint-venture entre RecordTV, SBT e RedeTV!. Na última sexta-feira (12), a Vivo anunciou que, em 30 dias, retirará as emissoras de seu line-up.

Os executivos das empresas ainda estão chocados com o fato. Até duas semanas atrás, Oi e Vivo estavam prestes a anunciar acordos com a programadora, como foi noticiado pelo TV História e outros veículos da imprensa. Hoje, ninguém entende como o fato regrediu desta forma.

Para os mandatários das redes e os que cuidam diretamente das negociações, o anúncio da Vivo é visto como pressão de negociação da operadora. O otimismo de que se pode reverter o caso é grande, já que o anúncio de retirada é para daqui um mês – mesmo que isso seja uma determinação da Anatel na Lei da TV paga.

Quando um canal é retirado, uma operadora precisa anunciar isso 30 dias antes para o seu assinante, algo que é praxe há algum tempo em qualquer mudança.

A Simba acha que Oi e Vivo estão negociando “juntas”. Ou seja, trocando informações sobre como andam as conversas entre as duas, o que, na teoria, não poderia ser feito. A prova desta tese é que as duas mudaram de ideia praticamente ao mesmo tempo.

O motivo ainda é incerto. Executivos dizem que “algo muito maior” aconteceu. Enquanto as conversas ocorrem, a Simba vai negociando – menos com a Sky, que ainda se recusa a conversar.

Neste último fim de semana, apresentadores das três emissoras abertas aumentaram as postagens ensinando como pegar os canais com antena comum. Até Silvio Santos divulgou vídeo sobre como comprar uma antena de TV digital.

A Simba existe desde 2015, mas apenas em maio do ano passado seu funcionamento foi aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O funcionamento pleno começou no início deste ano.

A união já rende frutos impressionantes. Em fevereiro, Ratinho, Rodrigo Faro e Luciana Gimenez, três das maiores estrelas das emissoras da joint-venture, uniram-se para anunciar o fim da TV analógica em comerciais.

No fim de março, as emissoras retiraram seus sinais digitais das TVs a cabo por não receber por eles e alegar intransigência ao não conseguir negociar com Net, Sky, Vivo, Oi e Claro.

A Simba surgiu da necessidade dos canais de cobrarem pelo seu sinal na TV por assinatura. Segundo elas, a Globo recebe dinheiro pelo seu sinal e todas as outras não conseguem um centavo das maiores operadoras do Brasil.

A expectativa é que cerca de R$ 200 milhões, apenas com as assinaturas, cheguem aos cofres dos canais se todo o plano pretendido for seguido à risca – este valor apenas na Grande São Paulo, onde estão 7 milhões de assinantes.

Esse dinheiro deve ser aplicado na produção de conteúdo. Elo mais fraco da corda, a RedeTV! espera que essa joint-venture ajude o canal a diminuir os horários vendidos em sua grade – hoje em mais de 50% no total.


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