Além de toda a sua exitosa trajetória na televisão brasileira, Silvio Santos, que nos deixou neste sábado (17), aos 93 anos, ficou marcado por suas tentativas de entrar na política durante parte dos anos 1980 e primeiros períodos da década de 1990.
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A principal delas foi a tentativa de Silvio Santos de se candidatar à Presidência da República em 1989. O animador chegou a aparecer no horário eleitoral gratuito, mas teve sua candidatura impugnada.
Após enfrentar problemas de saúde no ano anterior, Silvio oficializou sua candidatura em 31 de outubro de 1989, pelo nanico Partido Municipalista Brasileiro. O candidato a vice seria Marcondes Gadelha, que já havia sido deputado e era senador pela Paraíba.
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Por que a candidatura de Silvio Santos à presidente não deu certo?
Jornal O Estado de S. Paulo anunciando o fim da candidatura de Silvio Santos
Até então, o candidato do partido era Armando Corrêa, que seria substituído por Silvio, gerando uma confusão na célula de papel que seria usada pelos eleitores, já que não haveria tempo hábil para substituição.
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As pesquisas eleitorais começaram a indicar que Silvio entrava no pleito já em primeiro lugar, superando o então líder, Fernando Collor.
No entanto, os concorrentes logo fizeram diversos pedidos de impugnação da candidatura, o que foi aceito, por unanimidade, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que considerou o partido ilegal, além de Silvio ser inelegível por ser concessionário de uma rede de televisão.
Dessa forma, o sonho do apresentador foi encerrado e Collor foi eleito.
Silvio Santos presidente continuaria na televisão
Se ganhasse a eleição, Silvio Santos já tinha um plano montado para que deixasse gradualmente a programação do SBT – naquela época, ele ocupava praticamente todo o domingo, como acontecia desde os anos 1960.
No projeto, ao invés de ficar boa parte do dia no ar, o dono do SBT teria apenas um programa, bem menor que o habitual na época.
“Sugerimos ao Silvio. E ele está pensando se aceita ou não. Seria um programa de uma hora e vinte minutos de duração, nos moldes do quadro Show de Prêmios, com farta distribuição de eletrodomésticos, bicicletas, motos, casas e automóveis, entremeado com a parte musical. Ele gostou da ideia”, afirmou à Folha de S.Paulo o apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, que também era o diretor artístico do SBT na época.
A preocupação tinha razão: carro-chefe do SBT, o Programa Silvio Santos brigava pela liderança e era responsável por 30% do faturamento da casa.
“Aos pouquinhos, a emissora deveria contratar outros animadores, como César Filho, e apresentadores como Ney Gonçalves Dias para dividir com Silvio a carga do programa. Porque amanhã se ele quiser ser governador, presidente ou senador, só fará falta por uma hora”, completou Nóbrega.
Silvio Santos deixou a política de lado
Como se sabe, o plano não se concretizou e, apesar de outras promessas de que se retiraria do vídeo, Silvio continuou firme e forte no ar, tendo sucessos como Topa Tudo por Dinheiro, Show do Milhão, Casa dos Artistas e muitos outros.
O animador chegou a reduzir seu tempo no vídeo, no início dos anos 2000, mas retomou o espaço a partir de 2008, quando estreou a nova fase do Programa Silvio Santos.
Após uma parada por conta da pandemia, a última aparição de Silvio no SBT foi gravada em setembro de 2022 e exibida em 26 de fevereiro de 2023. Atualmente, o programa é comandado por sua filha, Patrícia Abravanel.
