Apresentador e empresário de sucesso, Silvio Santos seguramente tem mais êxitos que fracassos em sua vitoriosa carreira.
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No entanto, o animador se assustou nos anos 1980 ao se envolver com o setor de saúde, do qual saiu tão rápido como entrou.
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Em histórica entrevista sobre sua vida e carreira ao jornal O Estado de S. Paulo em 18 de outubro de 1987, Silvio, que nunca foi de muita conversa com jornalistas, abriu o jogo sobre diversos assuntos, destacando principalmente sua vida financeira.
Empreendimentos
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Na época, o Grupo Silvio Santos, além do SBT, comandava empreendimentos como o Baú da Felicidade, a Liderança Capitalização, lojas de eletrodomésticos, concessionária de veículos e uma das maiores fazendas do Brasil, na qual ele nunca botou os pés.
Ao falar sobre o plano de saúde Clam, ele demonstrou sua decepção.
“Pensei que ia ser um negócio bacana, para o povo, eu queria me realizar dando ao povo médico, hospital, saúde. Eu me empolguei”, explicou.
De acordo com Silvio, eram vendidos 2500 planos por mês e, falando sobre o serviço em seus programas, chegou a 45 mil a cada 30 dias. Mas aí veio o inesperado.
“Um dia cheguei aqui em casa e tinha um casal esperando na porta. ‘Senhor Silvio, o meu filho morreu’. ‘Mas morreu de quê?’. ‘Eu tinha o Clam e ele morreu’. Fiquei sem saber o que falar”, enfatizou.
“Aí fiquei pensando: quando cara vem reclamar que recebeu uma panela furada, eu ligo para o João Pedro e devolvo a panela. Quando vieram reclamar que o cara vendeu títulos de capitalização e menti, dizendo que o comprador ia ganhar uma casa, eu mando devolver o dinheiro. Mas como vou fazer quando vieram na minha casa reclamar uma vida humana? Eu não posso devolver o filho”, destacou.
“Vou parar com isso”
“Aí eu disse: ‘Vou parar com isso’. Comecei a ver que a medicina não era o que eu pensava. Que os médicos não são aquilo que eu pensava. Que os laboratórios não são o que eu pensava. E então falei: panela furada eu troco, brinquedo quebrado eu troco, vendedor tapeia freguês e eu mando pagar, mas quando vêm reclamar que o filho morreu, não tenho o que falar”, completou.
Imediatamente, Silvio parou de fazer propagandas do Clam, que ainda continuou funcionando por um tempo, vendendo somente 400 planos por mês, até que ele conseguiu sair do negócio.