1989 foi um ano agitadíssimo para Claudia Raia! A atriz ainda colhia os louros de sua participação em Sassaricando (1987), onde “tomou o protagonismo” de Paulo Autran (Aparício Varela) com a “divididinha” feirante Tancinha. Então participando do TV Pirata (1988) e já com um convite de Silvio de Abreu para a estreia do autor às 20h – com Rainha da Sucata (1990) – Claudia chegou a esboçar o projeto de um programa de calouros, receber uma proposta da Manchete para atuar em Kananga do Japão e ser escalada para uma novela das 18h que acabou não saindo do papel…

O tal programa, a cargo de Maurício Sherman, era destinado aos pequenos. Previsto para as tardes de sábado – horário vago desde a morte de Chacrinha, no ano anterior – Não Fuja da Raia (título reaproveitado em outra atração da atriz, já nos anos 90) contaria com crianças e adolescentes apresentando seus dotes artísticos, além de entrevistas com famosos. Acabou adiado, para estrear com a programação de 25 anos da Globo, em 1990 (o que acabou não acontecendo). Claudia, a esta altura, apresentava o Globo de Ouro, parada musical constantemente reprisada no VIVA.

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O cancelamento desta versão nunca produzida do ‘Não Fuja’ possibilitou a escalação da atriz para Medalha de Ouro, de Marcílio Moraes e Regina Braga. A trama era cotada para substituir O Sexo dos Anjos, que chegou ao fim em 9 de março de 1990, exatos 28 anos. Marcílio havia colaborado em Roque Santeiro (1985), desenvolvido Roda de Fogo (1986) com Lauro César Muniz e conduzido Mandala (1987), todas às 20h; já Regina havia participado de minisséries como Tenda dos Milagres (1985), atualizado Selva de Pedra (1986) às 20h e assinado Pacto de Sangue (1989), às 18h.

Claudia Raia foi escalada justamente para a protagonista, uma jogadora de basquete, estrela de um time do interior. A Globo pensava em ambientar a produção em Sorocaba, a pouco mais de 90km de São Paulo, onde implantaria, no primeiro semestre de 1990, seu segundo canal em UHF, cobrindo cerca de 50 municípios. O investimento em torno de US$ 1,5 milhão se justificaria não só pelo aumento da cobertura do canal, como também pelo desejo do entretenimento de alocar a novela das 18h por lá. Hortência, na época, atuava por lá, no Atlético Minercal.

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A participação da atleta – medalhista nos Jogos Pan-Americanos de Caracas (1983), Indianápolis (1987) e Havana (1991) e nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) – chegou a ser cogitada. Porém, os primeiros capítulos de Medalha de Ouro apresentados à direção da casa não foram aprovados. A trama, que também foi tida como substituta de Top Model às 19h, acabou suspensa. Marcílio foi designado para a equipe de Mico Preto (1990), que ocupou a vaga de ‘Top’; já Regina, cotada para um novo projeto às 18h, deixou a emissora tempos depois rumo à Manchete.

Claudia Raia, sabemos, acabou aceitando o convite de Silvio de Abreu para viver Adriana Ross, a “bailarina da coxa grossa”, em Rainha da Sucata, um dos grandes sucessos da Globo às 20h. E Medalha de Ouro acabou como mais um projeto esquecido numa gaveta qualquer…

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.