Sérgio Mamberti e Juca de Oliveira são os grandes destaques de Flor do Caribe

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Normalmente é uma estratégia infalível: escalar um bom ator para interpretar um interessante personagem para viver uma boa história é garantia de êxito. Portanto, Walther Negrão mostrou que sabia exatamente o que estava fazendo quando escalou Sérgio Mamberti para dar vida ao Dionísio Albuquerque e Juca de Oliveira para viver o Samuel em “Flor do Caribe”.

Desde o primeiro capítulo, ficou evidente que esses dois grandes atores haviam recebido ótimos papéis. Em uma novela onde o ‘mais do mesmo’ se fez presente em quase todos os núcleos, foi um grande acerto do autor abordar a questão do nazismo, ainda que tenha precisado usar da licença-poética para justificar a diferença de idade entre os personagens.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dionísio participou ativamente do nazismo delatando as famílias dos judeus, as enviando diretamente para o campo de concentração. Entre os traídos pelo vilão, estava Samuel, na época uma criança, e seus pais. O pai de Ester (Grazi Massafera) acabou ficando sozinho no mundo, enquanto que o avô de Alberto (Igor Rickli) ganhou medalhas dos nazistas e uma verdadeira fortuna por causa dos ‘serviços’ prestados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Walther Negrão soube se aproveitar de um triste marco na história para criar uma atraente trama. Sérgio Mamberti e Juca de Oliveira são atores que engrandecem qualquer novela e a presença dessa dupla em “Flor do Caribe” é um atrativo e tanto. Infelizmente eles não tiveram muitos embates até então e quase nunca contracenam, entretanto, juntos ou não, são os responsáveis pelas melhores cenas da novela —- ao lado, é bom ressaltar, de Laura Cardoso, que aparece bem menos do que merece.

A história envolvendo esses dois ricos personagens ainda gerou alguns desdobramentos, o que resultou na entrada de excelentes atores. Jonas Mello causou repulsa ao viver Arruda, o gangster enviado por Dionísio para matar Samuel, enquanto que Elias Gleizer emocionou assim que surgiu em cena —– Manolo, seu papel, é um cigano que ajudará o judeu a se vingar do vilão.

Já Inez Viana entrou para viver Maria Adília, filha de Veridiana, mãe de Candinho (José Loreto), Lino (José Ligabue) e Dadá (Renata Roberta), e grande amor de Dionísio. Candinho, aliás, é filho da sofrida mulher com o nazista. Inez tem feito grandes cenas ao lado de Laura Cardoso, Cláudia Netto (Guiomar) e Sérgio Mamberti. As participações de Jonas, Elias e Inez movimentaram o melhor núcleo da trama e foram muito bem vindas.

E em meio a esses desdobramentos, é preciso elogiar Juca de Oliveira pelo profissionalismo na cena em que Samuel é trancado por Arruda em uma cabine que ia enchendo de água a cada minuto. O ator dispensou dublê e fez questão de estar presente do início ao fim. O resultado foi uma excelente sequência que apresentou ótimas atuações e uma impecável direção.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


O núcleo do nazismo sempre foi o mais interessante da novela das seis e o desenvolvimento da história apenas comprova isso. Sérgio Mamberti havia feito apenas algumas participações nos últimos anos (incluindo “O Profeta”, “Desejo Proibido” e “O Astro”) e fazia falta na televisão, principalmente vivendo um papel de destaque no elenco fixo. Já Juca de Oliveira deu um show vivendo o psicopata Santiago em “Avenida Brasil” e acertou ao emendar na obra de Walther Negrão para interpretar esse carismático judeu.

A trama do nazismo continua bem desenvolvida e as brilhantes atuações de Sérgio Mamberti e Juca de Oliveira evidenciam o talento desses grandes atores, que são, merecidamente, os principais destaques da história de Walther Negrão.

SOBRE O AUTOR

SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook.

Autor(a):

Sair da versão mobile