Êta Mundo Bom!” foi um fenômeno de audiência em 2016 e a reprise tem repetido o êxito no “Vale a pena Ver de Novo”. A novela de Walcyr Carrasco vem marcando mais de 20 pontos de audiência quase todos os dias, ultrapassando os índices das reprises de “Malhação – Viva a Diferença” e “Novo Mundo”. Até a média da reexibição anterior, o sucesso “Avenida Brasil”, o folhetim despretensioso do autor já ultrapassou. E a cena que marcou a grande virada da história foi reprisada nesta sexta-feira (18/06): o encontro de Candinho (Sérgio Guizé) e Anastácia (Eliane Giardini).

Era justamente a sequência mais aguardada do enredo: o encontro de mãe e filho. A dura saga de Candinho em busca de sua mãe, e de Anastácia procurando seu filho, começou a ser contada logo na estreia da produção. Era, inclusive, o eixo central do enredo. Tanto que, seguindo a lógica do desenvolvimento de uma trama longa, a esperada revelação só deveria acontecer lá para o meio da história. Porém, Walcyr mostrou que não estava disposto a enrolar o telespectador e fez questão de presentear o público com o tocante momento bem antes da metade da sua novela.

A cena fez jus à expectativa e a emoção foi a grande protagonista daquele instante tão delicado. Candinho e Anastácia já haviam se encontrado algumas vezes na igreja, onde trocavam rápidas palavras. E a sintonia entre os dois sempre esteve presente. Não só entre os personagens, como entre os atores também.

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No fundo, sempre estiveram bem mais perto um do outro do que imaginavam, honrando todo bom clichê folhetinesco. Foi quase impossível não ter se emocionado quando a poderosa mulher adentrou a humilde casa de Pancrácio (Marco Nanini) e se deparou com o filho diante de seus olhos.

Eliane Giardini se entregou ao momento e sua emoção foi libertadora. Representou a alegria e o alívio daquela mulher constatando que a sua procura de anos havia finalmente chegado ao fim. Enquanto Sérgio Guizé expôs a extrema inocência de seu personagem, olhando para Pancrácio com os olhos cheios de lágrimas, como se não acreditasse naquilo tudo que estava acontecendo. O abraço dos dois foi lindo e aquele instante de amor entre mãe e filho ficou marcado pela ternura. Tanto que os demais atores que participaram da cena se deixaram levar pela beleza da cena —- Rosi Campos (Eponina), Miguel Rômulo (Quincas) e Camila Queiroz (Mafalda), além do próprio Nanini, se emocionaram.

Uma sequência delicada, onde os atores honraram a confiança do autor, comprovando o acerto da escalação. O protagonista caipira tinha que ser do Sérgio Guizé. Parece criado sob medida. Ele se destacou logo na estreia e brilhou ao longo dos meses, tanto das cenas cômicas quanto nas dramáticas. Foi seu melhor papel até hoje. Já Eliane ganhou uma de suas melhores personagens na carreira. Walcyr, aliás, se redimiu com a atriz, após o papel de pouca importância dado a ela em “Amor à Vida”, onde viveu a enfermeira Ordália. Anastácia foi um dos perfis mais ricos da trama das seis e um dos grandes destaques.

Vale elogiar, inclusive, a ótima química que a atriz teve com Marco Nanini. A mãe de Candinho e Pancrácio eram claramente apaixonados e o casal funcionou desde a primeira cena. A relação do par ajudava a deixar toda a situação com Candinho ainda mais bonita, uma vez que o professor de filosofia sempre tratou o rapaz como filho. E nada mais apropriado do que o próprio personagem idealista ter sido o responsável pelo reencontro do caipira com sua mãe e ainda ter desmascarado Ernesto (Eriberto Leão), que fingiu ser Candinho para aplicar um golpe na ricaça juntamente com Sandra (Flávia Alessandra), em plena cerimônia de casamento — outra ótima cena exibida.

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“Êta Mundo Bom!” mereceu o sucesso de 2016 e não surpreende ao repetir o êxito em 2020. A sequência mais aguardada da novela honrou toda a expectativa gerada ao longo dos meses e foi uma das mais emblemáticas da história. Sérgio Guizé e Eliane Giardini deram um show e a cena fez jus aos 32,4 pontos de média na época (a faixa não obtinha o índice desde 2010, com o último capítulo de “Escrito nas Estrelas”). Um lembrete: foi a maior audiência do dia da Globo (uma terça-feira), tendo superado “Totalmente Demais” (outro fenômeno, que obteve 31) e a trama de horário nobre na época, “Velho Chico” (29,8). Já a reprise alcançou respeitados 23 pontos de pico. Fenômeno em qualquer época.

SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor