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Semana #11
“Inacreditável!“, diria Bárbara. O problema não é Um Lugar ao Sol precisar ser expandida e, assim, os capítulos terem que ser reeditados para render mais. O problema é a forma como essa questão vem sendo tratada: com total desmazelo.
Tapa-buraco
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Pantanal é a grande promessa para a TV brasileira em 2022, vista como uma espécie de tábua da salvação. É assim que a novela vem sendo tratada, pela mídia em geral e pela emissora.
É a primeira grande produção sob a égide de Ricardo Waddington, como todo-poderoso do Entretenimento da Globo. Tendo estreado sob a administração de Waddington, Um Lugar ao Sol havia sido aprovada por Silvio de Abreu, diretor de Dramaturgia anterior (cargo hoje de José Luiz Villamarim).
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A negligência com a novela de Lícia Manzo já era perceptível em sua campanha de lançamento, porcamente feita. O Fantástico já estava criando buzz sobre Pantanal antes mesmo das primeiras chamadas de Um Lugar ao Sol, um atropelo nunca antes visto na TV brasileira.
A produção estreou no final do ano e sem horário fixo em suas duas primeiras semanas, o que pode ser fatal para uma novela que está começando. E foi.
Um Lugar ao Sol não passa de um tapa-buraco (como afirmei na segunda semana da novela), para que Pantanal não estreasse no fim de ano e pudesse começar após o Carnaval.
Morte da telenovela?
Apesar da trama dinâmica, da qualidade do texto e da produção, dos elogios rasgados da crítica e da boa repercussão nas redes sociais, Um Lugar ao Sol não pegou. A trama passou de sua metade e a audiência capenga.
Porém, este é um fenômeno que acomete toda a TV aberta. Também as novelas das seis (Nos Tempos do Imperador) e das sete (Quanto Mais Vida, Melhor) capengam em recordes negativos no Ibope.
Isso não quer dizer que o público tenha migrado para as outras emissoras abertas. Está pulverizado.
Tampouco se trata da “morte da telenovela“: é só dar uma olhada no Top 10 Brasil da Netflix: Café com Aroma de Mulher (novela importada), Carinha de Anjo e Cúmplices de um Resgate (produções infantis do SBT) estão entre os primeiros colocados hoje.
Transtorno
O ápice da crise chegou nesta semana. Com os casos crescentes de Covid-19, Pantanal pediu mais duas semanas para estrear, o que obrigou a autora Lícia Manzo e o diretor Maurício Farias a espicharem Um Lugar ao Sol.
Como a novela já está fechada, ou seja, já foi gravada, a multiplicação das semanas precisa ser feita na edição: diminui-se a duração dos capítulos para render mais.
Isso gera um grande transtorno, porque não é simplesmente “sair cortando”. Um dos grandes atributos de Um Lugar ao Sol eram os ganchos (o clímax de cada capítulo), sempre muito bons.
Reestruturar a ordenação de cenas para criar bons ganchos é uma tarefa muito difícil. Seria melhor inventar novas histórias para fazer Um Lugar ao Sol render mais semanas. Mas isso não é possível porque a novela já foi desmontada.
Barriga
A semana que passou foi um verdadeiro caos. Os capítulos de segunda, terça, quarta e sábado duraram por volta de 35 minutos, e os de quinta e sexta, 46 – quando antes duravam mais de uma hora.
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Até aí, tudo bem: eu, particularmente, prefiro capítulos mais curtos. O problema é que a edição está mutilando a novela, deixando-a sem ganchos.
Na terça, a abertura foi exibida após uma sequência apenas. Na quarta, a abertura surgiu do nada, depois de uma cena aleatória e sem o menor gancho. A novela ainda encerrou o capítulo de maneira avulsa, sem clímax.
Na sexta, houve um merchan pós-vinheta de “estamos apresentando” sem link com a cena anterior, ou seja, sem contexto com a ação que se desenvolvia na trama. A nova edição está prejudicando até os merchans.
Para piorar, a história perdeu ritmo – parece que a novela “embarrigou” (jargão usado para o momento em que a trama não anda).
No capítulo de sábado não aconteceu nada de interessante ou importante. Dos 35 minutos que durou, os 10 primeiros serviram apenas para Thaiane conhecer Lara, Lara dar aulas de seu projeto-escola, para depois anunciar que o projeto estava se encerrando por falta de verba. 10 minutos!
Nem Rebeca, a personagem mais querida, atravessa a crise incólume. Sua trama não avança. Pelo contrário, retrocedeu – com uma sequência sem sentido em que ela mais uma vez se esforça para “conquistar” o marido babaca que não ama. Oi?!
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Forcinha do BBB
A estreia do BBB – entenda garantia de audiência farta – seria o fator compensatório para essa negligência sistemática com a novela de Lícia Manzo.
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Assim, só resta a Um Lugar ao Sol surfar na onda do BBB até a chegada de Pantanal. Ainda que tomando muito caldo.
“Inacreditável!“, diria Bárbara.
simplesmente Bárbara Assunção falando: É INACREDITÁVEL #UmLugarAoSol pic.twitter.com/kthOR2m6dS
— mia (@glxriapritchett) January 16, 2022