André Santana

Aposta da Globo para renovar seus domingos no ano passado, Pipoca da Ivete foi alvo de uma saraivada de críticas. O programa de auditório de Ivete Sangalo recebeu inúmeras reclamações e amargou baixos índices de audiência em sua primeira temporada.

Luciano Huck e Ivete Sangalo
Luciano Huck e Ivete Sangalo

Mesmo assim, a emissora decidiu continuar apostando no carisma da cantora e lançou uma segunda temporada da atração, desta vez totalmente reformulada. Na estreia, as críticas diminuíram consideravelmente, mas a audiência não foi das melhores.

Ao que tudo indica, a emissora terá que recorrer a Luciano Huck e uma velha fórmula para “salvar” seu domingo.

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Livre, leve e solta

Pipoca da Ivete
Pipoca da Ivete (Reprodução / Globo)

A primeira temporada do Pipoca da Ivete, exibida entre julho e setembro do ano passado, recebeu muitas críticas por deixar Ivete Sangalo muito amarrada. A cantora é conhecida por sua espontaneidade, característica que não foi valorizada por conta do formato engessado do programa.

Constatado o erro, a nova fase do Pipoca da Ivete trouxe uma apresentadora muito mais solta no palco. A atração não apenas deixou a cantora mais livre, como também deu mais espaço à música, o que fez Ivete ficar à vontade.

Ainda assim, o programa dividiu opiniões. Nas redes sociais, muita gente aprovou as mudanças. No entanto, teve quem criticasse o quadro Meu Namorado É Melhor, uma competição musical desgastada e sem surpresas. Mas Ivete foi elogiada na interação com seus convidados e com a entrevista com Thiaguinho, realizada em um trio elétrico.

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Audiência

Pipoca da Ivete - Cauã Reymond e Ivete Sangalo
Cauã Reymond e Ivete Sangalo no Pipoca da Ivete (Fábio Rocha / Globo)

Mas se o novo formato do Pipoca da Ivete agradou parte do público, na audiência o programa não conseguiu dizer a que veio. A atração derrubou os índices da Globo, registrando números menores que os obtidos pela Temperatura Máxima, exibida antes.

O longa Megatubarão, cartaz da sessão de filmes, registrou 10,5 pontos no Kantar Ibope Media, com 25,6% de share. Já a atração de Ivete Sangalo derrubou os índices para 9,7, com 22,2% de share.

De acordo com dados divulgados pelo site TV Pop, a Globo ficou em segundo lugar no ranking do Ibope com Pipoca da Ivete, atrás da soma das plataformas de streaming, que obtiveram 10,1 pontos. Ainda segundo a publicação, o programa de Ivete foi o único programa da emissora a ficar atrás do streaming ao longo do dia.

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Solução

Família Paraíso - Cacau Protásio e Leandro Hassum
Cacau Protásio e Leandro Hassum em Família Paraíso (Divulgação / Globo)

Vale lembrar que a faixa horária onde atualmente a Globo exibe Pipoca da Ivete vive uma crise persistente. Este ano, o canal já apostou em Minha Mãe Cozinha Melhor que a Sua, The Voice Kids e Família Paraíso (foto acima), todos com índices aquém do esperado. Além do streaming, a Globo ainda é incomodada pelo Domingo Legal, do SBT, que costuma encostar na audiência neste horário.

Ou seja, para garantir a consolidação de sua liderança, a Globo terá que fazer mudanças na grade em 2024. Ao que tudo indica, as modificações já estão sendo pensadas, já que a emissora cancelou recentemente o The Voice Kids e o Minha Mãe Cozinha Melhor que a Sua. Família Paraíso, até o momento, não teve uma terceira temporada confirmada.

Fausto Silva no Domingão do Faustão
Fausto Silva no Domingão do Faustão (Reprodução / Globo)

Uma solução simples seria voltar a dividir o Domingão em dois tempos. Anos atrás, o Domingão do Faustão era exibido em duas partes: a primeira, com cerca de uma hora de duração, ia ao ar antes do futebol, e a segunda, maior, era exibida após o jogo. Este formato foi abolido a pedido do próprio Faustão, que apresentava a atração ao vivo e não gostava da “interrupção”.

No entanto, resgatar tal estratégia no Domingão com Huck pode ajudar a Globo a consolidar um público, já que é bem mais complicado manter uma plateia cativa quando se promove um rodízio de formatos. Um mesmo programa exibido de forma fixa traz bem mais vantagens nesse sentido, já que fica menos sujeito às oscilações de audiência.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor