Em agosto de 2018, o jornal O Globo deixou muita gente chocada com a notícia de que um dos filhos do ator Grande Otelo havia se tornado morador de rua. Um dos maiores humoristas da história, Grande Otelo esteve na Escolinha do Professor Raimundo no fim da vida, convidado pelo amigo Chico Anysio.
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O também ator Carlos Sebastião Vasconcelos Prata estava ficando próximo ao Hotel Serrador, no centro do Rio de Janeiro (RJ). Anteriormente, ele havia morado dentro de um carro em Copacabana.
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Sua história acabou sendo contada pelo apresentador Geraldo Luis, do Domingo Show, da Record. Lutando contra as drogas, Carlos acabou ganhando seis meses de internação em uma clínica de reabilitação.
Nova oportunidade
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Também ator, mas sem chances no meio, Grande Otelo Filho passou a sobreviver consertando aparelhos eletrônicos. Ele ganhou uma oportunidade da própria Record, vivendo um sacerdote na novela Gênesis.
“Estar de novo num set de gravação foi muito simbólico para mim. Me senti renascendo. Estou animado, quero fazer novos projetos”, informou a coluna de Patricia Kogut em julho do ano passado.
Na mesma entrevista, Carlos se lembrou com carinho do pai, um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira e que atuou em destacados trabalhos na televisão, como Feijão Maravilha e a Escolinha do Professor Raimundo. Ao mesmo tempo, falou sobre a pressão de ser filho de um renomado ator.
“O meu pai foi uma pessoa incrível, tínhamos uma relação muito próxima. Ele era um grande amigo. Ao mesmo tempo, ser filho de Grande Otelo sempre teve um peso muito grande sobre mim em todos os sentidos. Muitas pessoas se aproximavam por interesse. Também fui muito cobrado e comparado a ele”, explicou.
Racismo
Ele também relembrou de casos de racismo sofridos por ele e por seu pai.
“Eu sofri muita coisa, como, por exemplo, ser barrado na entrada de clubes. O meu próprio pai conviveu com o racismo. Lembro que, no seu auge, ele protagonizava espetáculos no Copacabana Palace, mas tinha que entrar no hotel pelos fundos”, enfatizou.
Sobre o período em que morou nas ruas, o ator disse que ficou sensibilizado com a solidariedade de outras pessoas que estão na mesma situação.
“Eu tinha recordações do meu pai que até foram roubadas. Foi aí que eu decidi ir para a rua. E aconteceu uma coisa incrível: foi lá que eu conheci pessoas que realmente se importavam comigo e não ligavam para saber de quem eu era filho. Vários moradores me ajudavam e chegavam a dividir a sua comida comigo. Fiquei cerca de três anos morando na rua”, concluiu.
Grande Otelo
Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Grande Otelo, morreu em 26 de novembro de 1993, em Paris, na França. O artista, que estava na capital francesa para receber uma homenagem, acabou sofrendo um infarto fulminante aos 78 anos.
Além de Carlos, outro filho de Grande Otelo seguiu a carreira artística: José Prata, o Pratinha, que atuou em produções como Sinhá Moça, O Pagador de Promessas e As Aventuras de Tio Maneco.
Longe da telinha, recentemente foi divulgado que ele estava trabalhando com conserto de celulares.