Uma das principais apresentadoras infanto-juvenis dos anos 80 e 90 ao lado de Xuxa, Eliana e Mara Maravilha, Angélica fez sua transição para o público adulto comandando o divertido Vídeo Game (extensão do Vídeo Show com jogos entre famosos) e o reality musical Fama (que durou quatro temporadas), ambos no início dos anos 2000.
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Em 2006, ela passou a apresentar o Estrelas, programa em que recebe convidados famosos falando sobre suas carreiras e vidas. Passados 11 anos, fica a pergunta: qual o sentido deste programa ainda existir?
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Primeiramente, ele não era exibido em alguns estados brasileiros, cujo horário era ocupado por programas locais. Com o tempo, o alcance da atração se expandiu até se tornar 100% nacional em 2015, com a criação da Sessão Comédia, faixa de reprises ocupada primeiramente por Os Caras de Pau e agora pelo Sai de Baixo.
A fórmula do Estrelas é, basicamente, de entrevistas com celebridades – notadamente atores globais e astros da música atual – contando ainda com um quadro de culinária, cuja presença é bastante questionável pelo fato de a apresentadora quase nunca provar os pratos elaborados pelos convidados, deixando uma sensação desconfortável para o público.
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Com o passar dos anos, ficou ainda mais evidente a sensação de que o programa de Angélica só está ali só para preencher espaço na grade. Afinal, outros produtos cumprem com maior eficiência este papel de entrevistar as celebridades da emissora – caso, por exemplo, do Arquivo Confidencial do Domingão do Faustão. Além disso, o público que consome a imprensa de famosos normalmente busca este tipo de conteúdo na internet, em sites especializados ou de revistas.
Atualmente, desde o mês de abril, o Estrelas passou a investir em uma temporada beneficente, o Estrelas Solidárias, onde os famosos convidados realizam ações sociais. Na prática, o que é mostrado não é muito diferente do assistencialismo praticado por Luciano Huck em seu Caldeirão, exibido em seguida, ou por programas de emissoras concorrentes como RecordTV e SBT.
Diante de todo este conjunto, fica uma pergunta: porque não aproveitar o potencial de Angélica em outro programa da grade? O próprio Video Show, por exemplo. A loira poderia ser uma substituta ideal para Mônica Iozzi, que fez uma elogiada passagem por lá em 2015, mas saiu para protagonizar a fracassada série Vade Retro.
Angélica é competente e carismática, como já provou em seus projetos anteriores, e seria uma escolha mais acertada do que Sophia Abrahão, que apresenta um desempenho muito artificial e parece estar lá apenas por sua força nas redes sociais.
Guardadas as devidas proporções, o que ocorre com Angélica é praticamente o mesmo que acontecia com Xuxa Meneghel até o ano passado. Ao menos a eterna rainha dos baixinhos, este ano, ganhou um formato bom de se acompanhar, o Dancing Brasil. Que a esposa de Huck tenha a mesma sorte, pois o Estrelas, da forma como está, passa mais e mais a impressão de existir apenas para não deixar Angélica fora do ar. Ela merece mais.