Sem herdeiros: após 13 anos, fortuna de Clodovil segue bloqueada
21/12/2022 às 16h59
Talentoso, polêmico e genioso, Clodovil Hernandes colecionou fãs e desafetos. Ele encantou milhões de pessoas com a sua arte na moda e a forma rápida e inteligente com a qual se comunicava.
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O estilista, apresentador e político morreu no dia 17 de março de 2009, aos 71 anos, depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
Sem herdeiros, nem testamento, Clodovil deixou uma grande fortuna que segue bloqueada na Justiça há 13 anos, desde seu falecimento.
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Plano frustrado
Em 2008, durante uma entrevista a Amaury Jr., o famoso disse que tinha um sonho de criar a Fundação Isabel Hernandes, nome de sua mãe. A ideia era abrigar garotas, durante o dia, para que elas fossem capacitadas para o mercado de trabalho.
Além disso, seria montado um memorial para o estilista, contando sua trajetória no mundo da moda e da cultura. Todos esses planos incluíam o uso de sua casa, localizada em Ubatuba, no litoral de São Paulo (foto acima).
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Processos e gastos
Os projetos não saíram do papel. Toda a fortuna de Clodovil segue barrada nos tribunais. Objetos como joias foram a leilão em 2012, por determinação da Justiça, para que dívidas de processos fossem pagas. Nesse período, ex-funcionários do apresentador entraram com recursos exigindo que os contratos fossem cumpridos, bem como os salários pagos.
Não só ex-colaboradores foram à Justiça para receber o que era devido – Marta Suplicy processou Clodovil e ganhou 200 mil reais. A ex-vereadora de São Paulo Claudete Alves da Silva também pediu 30 mil reais em um processo contra o apresentador, por declarações deste no programa A Casa é Sua, da RedeTV! (foto acima).
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“Ele sempre gastou o que ganhava e mais do que ganhava. Ele falava: ‘Eu vou fazer um quarto pink’. Todo mundo estranha. Mas veja, o chão é pink. Aí ele fez a colcha, o cobertor, tudo no mesmo tom”, contou Maria Hebe, advogada de Clodovil, ao Fantástico, em maio de 2009.
O leilão que não deu certo
As dívidas eram maiores do que o dinheiro que ele acumulou ao longo de sua vida. A famosa mansão de Ubatuba valia em torno de R$ 1,6 milhão, mas ela acabou sendo vendida por R$ 750 mil. Além disso, a prefeitura alegava que o proprietário devia R$ 200 mil de IPTU.
Porém, a empresária que levou o imóvel entrou na Justiça e pediu a anulação do leilão e a devolução do dinheiro. Ela descobriu que a casa, que fica em uma área de proteção ambiental, teria que ter sempre uma renovação de direito de uso, além de seguir uma série de condições para seguir lá. O processo segue em segredo.
“Por enquanto estamos mantendo o rapaz porque senão vai ter invasão. A casa não tem nem lugar para ele dormir. Às vezes, ele passa uma enxada para cortar o mato e joga cloro por causa de dengue. Tem um senhor que mora ao lado e cede um quartinho para ele dormir porque a casa não tem condição nenhuma [de ser habitada]”, lamentou Maria Hebe ao site da Band, em 31 de março deste ano.
O que restou na conta bancária do estilista está em torno de 4 milhões de reais, valor esse bloqueado pela Justiça. Tal e qual a vida de Clodovil, sua herança está também envolvida em polêmicas e processos.