Há exatamente 44 anos, no dia 24 de junho de 1978, terminava na Globo a primeira novela de Manoel Carlos, Maria Maria.
Pioneiro da televisão brasileira, Maneco, como sempre foi carinhosamente chamado, já havia passado pela Tupi, Excelsior e Record, roteirizando e dirigindo teleteatros e programas de sucesso, incluindo o Grande Teatro Tupi e a Família Trapo.
Entre 1973 e 1976, foi um dos principais nomes do Fantástico, que ajudou a criar. Em 1978, aceitou o desafio de escrever uma novela, adaptada do romance Maria Dusá.
“Feliz adaptação e um sucesso do horário das seis, que, além do requinte de superprodução, teve como grande mérito tirar o autor Lindolfo Rocha e sua principal obra do ostracismo em que se achavam desde o início do século 20”, resumiu o especialista Ismael Fernandes no livro Memória da Telenovela Brasileira.
Bem longe do Leblon
Mas não pense que a novela se passava no Leblon, que marcou posteriormente a carreira do autor. A história, de época, acontecia em Xique-Xique, na Chapada Diamantina, no início do século 20.
A protagonista Nívea Maria esteve em dois papeis: Maria Alves, a Mariazinha, e Maria Dusá. Também se destacaram nomes como Cláudio Cavalcanti, Roberto Pirilo, Gilberto Martinho, Roberto Bonfim e Grande Otelo, entre outros.
Dirigida por Herval Rossano, então casado com Nívea na época, ficou marcada como uma das novelas preferidas da dupla.
Maria Maria teve 119 capítulos. Nunca voltou no Vale a Pena Ver de Novo, mas foi reapresentada dentro do programa TV Mulher, em 1982.
Já Manoel Carlos tomou gosto pelas novelas e voltou, meses seguintes, com A Sucessora, iniciando a trajetória para se consolidar como um dos maiores autores do gênero da história da televisão brasileira.