Contratados com exclusividade pela Globo, os autores de novelas serão enquadrados em breve no novo modelo de compromissos da casa, apenas por obra.

Gloria Perez

Estima-se que, em dois anos, os atuais colaboradores do setor – incluindo medalhões – acertem com a emissora somente para determinados trabalhos.

Acordo por sinopse

Amora Mautner e Walcyr Carrasco

A empresa está seguindo a tendência do mercado internacional, tal qual fizera recentemente com atores e atrizes. As principais plataformas de streaming, mundo afora, passaram a adotar este modelo contratual, que implica também na redução de custos.

Atualmente, um autor de novela trabalha durante determinado período e fica parado por um tempo, à espera da volta ao vídeo. O “rodízio”, com um nome previsto para substituir outro, deixará de existir.

O objetivo é acertar com novelistas apenas com sinopse aprovada. Eles receberão enquanto estiveram envolvidos com o desenvolvimento da obra, sendo liberados tão logo o folhetim chegue ao fim.

A Globo, de acordo com o portal NaTelinha, também quer evitar que um autor seja contratado para entregar um número específico de tramas, que, por eventuais cancelamentos ou desaprovações, seja inferior ao previsto no compromisso.

Prática comum nos próximos anos

Atores e atrizes com anos de casa foram enquadrados nesta política há tempos. Vários artistas perderam os contratos de exclusividade nos últimos anos, assinando com a Globo apenas por obra certa.

O último dispensado foi o ator Osmar Prado, que acabou de sair de Pantanal, onde fez sucesso como o Velho do Rio. Com o fim da produção e do compromisso, ele voltará à casa quando atender a um convite, com data certa para sair novamente.

Ana Lúcia Torre, Antonio Fagundes, Danton Mello, Elizabeth Savala, Juliana Paes, Juliana Paiva, Malu Mader, Marjorie Estiano, Nívea Maria e Vera Fischer estão entre os nomes que não possuem mais vínculo fixo com a emissora.

Medida de economia

brasil a bordo maria vieira miguel falabella

Nos últimos anos, a Globo abriu mão de renomados novelistas, como Aguinaldo Silva, Alcides Nogueira, Cao Hamburger, Miguel Falabella e Silvio de Abreu – este também diretor de Dramaturgia.

De acordo com o NaTelinha, o canal fez uma bela economia; no sistema anterior, os autores chegavam a receber R$ 1 milhão enquanto suas criações estavam no ar. Com o novo modelo de contrato por obra, a quantia poupada será ainda maior.

A expectativa é que mesmo nomes como Gloria Perez, João Emanuel Carneiro e Walcyr Carrasco sejam incluídos no novo modelo. A dúvida é se eles vão permanecer na espera por um trabalho na Globo ou seguirão para outras plataformas.

A resposta da Globo

João Emanuel Carneiro

Procurada pelo portal, a Globo afirmou que esta é a nova realidade do mercado, que permite novas oportunidades aos profissionais. O canal também salientou que não descarta manter contratos longos, ressaltando que a flexibilidade é sempre positiva para o mercado audiovisual brasileiro.

“Entendemos que isso é bom para a Globo, para o mercado e também para os profissionais, pois é uma dinâmica que permite mais liberdade e flexibilidade a todos. E flexibilidade significa oportunidade de experimentar, de testar, de inovar e de desenvolver, novos formatos, novas linguagens, novas narrativas, novas soluções. Acreditamos que isso enriquece a nossa relação com os talentos e fomenta ainda mais o mercado audiovisual brasileiro”, afirmou a emissora em nota.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor