Antes de terminar a sua história com a Globo e se mudar para a Band, Faustão quase teve o seu programa limado da emissora carioca devido a uma forte crise de identidade e de audiência.
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O Domingão do Faustão passou a perder semanalmente para o Domingo Legal, de Gugu Liberato, do SBT. Desta forma, o clima gerou um mal-estar na equipe do apresentador, que chegou a demitir um diretor por telefone.
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Com a atração perdendo para o concorrente há cerca de três anos, Maurício Sherman, que era o responsável pela atração na época, acabou demitido em 2003 pelo próprio Faustão.
Segundo o Jornal do Brasil, o profissional foi avisado de sua dispensa por telefone. Com isso, Ângela Sander, que havia sido diretora do Vídeo Show, foi chamada para salvar o programa.
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Operação salvamento
A primeira medida para tentar mudar o quadro foi a transferência do Domingão do Faustão para São Paulo, capital onde o produto perdia constantemente para o pupilo de Silvio Santos (Gugu, na foto acima).
Para disputar audiência com o rival, o formato acabou apelando para quadros sexualizados, como o sushi erótico e a exploração de histórias tristes e dramáticas do público comum.
Nada resolveu à primeira instância. O telespectador acabou preferindo o original à cópia. Além disso, as prestações de serviço e quadros jornalísticos, êxitos do concorrente, também foram usurpados, mas sem sucesso.
A volta por cima
Mas, graças ao escândalo de Gugu com a entrevista com falsos membros do PCC, em 2003, o carro-chefe da emissora paulista começou a despencar no Ibope, o que deu sobrevida ao Domingão.
Retornando ao primeiro lugar, Fausto Silva enalteceu a sua equipe e comemorou o fato de haver reassumido a liderança na capital paulista.
“Tenho hoje uma das melhores equipes da emissora, que ficou ainda mais forte com a entrada da Ângela [Sander, diretora]. Eles fazem o ‘Domingão’ visando ao estilo do apresentador. O programa é um supermercado e tem que atender a todas as classes e idades, porque domingo é o dia em que a família está junta em casa”, afirmou ao jornal O Globo no fim daquele mesmo ano.
Despedida
Divulgação / GloboCom o bom momento, a tranquilidade voltou a reinar nos bastidores. E a paz pareceu selada entre o global e o ex-diretor, Maurício Sherman (o primeiro da direita para a esquerda), que faleceu em 2019, aos 88 anos, vítima de complicações de uma doença renal crônica.
Na ocasião, o artista rendeu homenagens ao ex-colega de trabalho, afirmando ter sido um profissional talentoso e um bom amigo.
“Ele trabalhou neste programa e é uma das personalidades mais marcantes da televisão. Poucas pessoas tiveram tantos talentos em tão diferentes atividades como Maurício Sherman”, afirmou.
“Eu tive a honra de trabalhar com esse cara e conviver em muitos jantares, almoços e pizzas. Com certeza, a galera do céu vai ter um reforço para grandes histórias e musicais. Essa galera vai ficar muito feliz. O eterno agradecimento e reconhecimento de todos nós”, declarou ao Estadão.
Sherman foi um dos criadores do Fantástico e dirigiu, além do programa de Faustão, o Vídeo Show, Os Trapalhões, o Zorra Total e alguns humorísticos encabeçados por Chico Anysio.