André Santana

Nesta segunda-feira (5), Renascer entra em sua fase definitiva. A trama de Benedito Ruy Barbosa, atualizada por Bruno Luperi, dá um salto temporal e chega aos dias atuais, apresentando novos personagens e novos dramas.

Duda Santos como Maria Santa em Renascer
Duda Santos como Maria Santa em Renascer (divulgação/Globo)

Com as mudanças, a novela fica mais movimentada. Porém, são muitos os desafios da nova fase, já que a primeira leva de capítulos foi aprovada pelo espectador com louvor. Os fãs já esperam algo à mesma altura dos episódios iniciais.

Abaixo, o TV História apresenta três grandes desafios que Renascer vai enfrentar na segunda fase:

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Herói x Anti Herói

 

O protagonista José Inocêncio (Humberto Carrão) logo caiu nas graças do público. E por vários motivos. Trata-se de um personagem carismático e, ao mesmo tempo, complexo. Mas tem pinta de herói: é um homem solar, que enfrenta os inimigos e vive uma intensa paixão.

Mas, na segunda fase, José Inocêncio (Marcos Palmeira) vai aparecer bem diferente. O protagonista surge como um homem de meia idade triste e amargurado, já que nunca superou a morte de seu grande amor e segue rejeitando o filho João Pedro (Juan Paiva).

Ou seja, foi fácil para o público se envolver com o José Inocêncio da primeira fase. Mas, na segunda fase, ele não vai facilitar a vida do espectador, já que se apresentará como uma pessoa controversa e até pedante. O herói vira um anti herói.

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Sem Santinha

Humberto Carrão e Duda Santos em Renascer
Humberto Carrão e Duda Santos em Renascer (Divulgação / Globo)

O grande trunfo da primeira fase de Renascer é a história de amor entre José Inocêncio e Maria Santa (Duda Santos). A mocinha é uma personagem adorável, fruto de uma família problemática, mas que dá a volta por cima e consegue se desprender de várias amarras.

A história de superação de Santinha, somado ao carisma e ao talento de Duda Santos, fizeram da personagem o grande destaque da novela das nove da Globo. No entanto, ela não estará na nova fase, já que a jovem morreu após dar à luz seu quarto filho.

Nos próximos capítulos, Santinha até vai aparecer, mas como um espírito que surge para acalmar o coração de José Inocêncio. Assim como o protagonista, o público terá que superar a perda da moça e lidar com sua ausência.

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Novela “barriguda”

Marcos Palmeira, Tarcísio Filho e Marco Ricca em Renascer
Marcos Palmeira, Tarcísio Filho e Marco Ricca em Renascer (divulgação/Globo)

Renascer foi um grande sucesso em 1993 e é considerada uma das melhores novelas de Benedito Ruy Barbosa. Mas ela não escapou de um problema comum às obras do autor: a protuberante “barriga”.

Assim como Pantanal (1990), O Rei do Gado (1996) e Terra Nostra (1999), Renascer tem uma fase em que nada de relevante acontece. Em 1993, o público reclamou bastante que a trama estava “estacionada” e que nem parecia a novela arrebatadora do início.

Com isso, caberá a Bruno Luperi criar novas situações para evitar essa fase mais morosa de Renascer. O autor, vale lembrar, não conseguiu driblar este problema em sua versão de Pantanal (2022), que também teve uma “barriga” que afetou a audiência. Fica a torcida para que, desta vez, o neto de Benedito Ruy Barbosa tenha aprendido a lição.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor