Assim como na exibição original e nas reprises de 2009, no Vale a Pena Ver de Novo, e 2022, no Viva, Alma Gêmea está fazendo grande sucesso na tela da Globo.
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No entanto, dois personagens que estrelam a produção assinada por Walcyr Carrasco dificilmente estariam na produção se ela fosse feita atualmente. Não, pelo menos, com os artistas que os interpretaram.
Sem chance
Num tempo em que a Globo dá cada vez mais importância à representatividade (com toda razão), uma novela com brancos interpretando indígenas seria inconcebível.
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Ou seja, Priscila Fantin seria proibida de viver Serena e André Gonçalves não poderia fazer José Aristides.
Mocinha mestiça
Protagonista de Alma Gêmea, Serena era filha de uma mulher indígena e um homem branco. Ela nasceu e cresceu numa aldeia, onde conviveu com outros descendentes dos povos originários.
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Já Jacira, a mãe de Serena, foi interpretada por Luciana Rigueira, enquanto a indígena Aliena Anauê foi vivida por Thaissa Carvalho.
Ou seja, todo o núcleo indígena que apareceu no início de Alma Gêmea foi composto por atores majoritariamente brancos. Gonçalves ainda voltou na reta final da novela, após a produção ser esticada.
Sem diversidade
Quando Alma Gêmea foi gravada, entre 2005 e 2006, a diversidade não era uma preocupação das emissoras de televisão.
Era muito comum que as novelas tivessem poucos atores negros, normalmente a cargo de personagens periféricos. Mais raro ainda era ter personagens descendentes de asiáticos ou indígenas.
Além desses dois absurdos, a falta de atores negros gerou revolta nos baianos em Segundo Sol (2018).
Erro corrigido
Mais recentemente, a Globo tem corrigido tais erros, mostrando que aprendeu a lição.
Pela primeira vez, as três protagonistas das novelas noturnas são negras – Duda Santos, em Garota do Momento; Jéssica Ellen, em Volta por Cima; e Gabz, em Mania de Você.
Há pouco tempo, o núcleo dos povos originários de Terra e Paixão (2023) era formado por atores indígenas; e a personagem Buba, de Renascer (2024), foi vivida por uma atriz trans, bem como Renê, de Elas por Elas (2023), que ficou a cargo de Maria Clara Spinelli.