A Globo está revirando o baú da teledramaturgia nacional em busca de boas histórias para refazer. O canal apostou recentemente em Pantanal (2022) e, atualmente, exibe novas versões de Elas por Elas e Renascer.
Isso sem falar nos rumores de que Vale Tudo (1988), Irmãos Coragem (1970) e até Felicidade (1991) podem ser refeitas nos próximos anos. Há uma onda de nostalgia no ar e a emissora tem surfado nela, até por conta da ausência de autores tarimbados em seus quadros.
Diante disso, o TV História vai na contramão da direção da Globo e lista quatro novelas que, assim como O Dono do Mundo, estrelada por Malu Mader (foto acima), dificilmente ganhariam uma nova versão atualmente.
Confira:
[anuncio_1]
De Corpo e Alma (1992)
Depois de fazer um enorme sucesso falando sobre fertilização in vitro em Barriga de Aluguel (1990) na faixa das seis, Gloria Perez chegava ao horário nobre com outra trama envolvendo ciência. De Corpo e Alma tinha como tema central o transplante de coração, uma grande novidade na época.
A novela registrou bons índices de audiência, mas ficou marcada pelo trágico assassinato da atriz Daniella Perez, filha de Gloria. A intérprete de Yasmin foi morta por Guilherme de Pádua, seu colega de elenco, e Paula Thomaz, namorada dele.
Diante de tamanha tragédia, revisitar esta história seria inviável. Tanto que a Globo nunca reprisou a novela, a pedido da própria Gloria Perez.
[anuncio_2]
Os Gigantes (1979)
Escrita por Lauro César Muniz, um dos principais novelistas da TV brasileira, Os Gigantes não repetiu o sucesso de outros clássicos do autor. Pior: foi um desastre tão grande que a Globo nunca mais quis ouvir falar na novela. Quanto mais fazer outra versão!
A trama era recheada de estrelas, como Tarcísio Meira e Dina Sfat, mas afugentou o público em razão dos diversos temas pesados presentes na história. A novela falava sobre doenças, aborto, suicídio e eutanásia, fazendo o público deprimir diante de tantos assuntos baixo astral.
[anuncio_3]
A Gata Comeu (1985)
Um clássico dos anos 1980, A Gata Comeu era um remake de A Barba Azul, escrita por Ivani Ribeiro para a TV Tupi em 1974. A própria autora revisitou a trama para a Globo em 1985, assinando uma das mais queridas novelas das seis da história da emissora.
Mas, apesar do enorme sucesso, uma trama como A Gata Comeu dificilmente seria reescrita hoje em dia. Afinal, a relação entre os protagonistas Jô Penteado (Christiane Torloni) e Fábio (Nuno Leal Maia) era toda baseada em conceitos machistas que seriam detonados atualmente.
Havia ainda a problemática da violência contra a mulher, já que Fábio tomava tapas de Jô e devolvia na mesma moeda. Ou seja, melhor ficar só na lembrança mesmo…
O Dono do Mundo (1991)
Atualmente, O Dono do Mundo é considerada cult. No entanto, em 1991, a trama de Gilberto Braga foi rejeitada pelo público. O autor atribuiu o fiasco ao fato de ter errado na construção de sua mocinha, Márcia (Malu Mader), já que a audiência não comprou o seu drama e não a perdoou pelo fato de ela ter caído na lábia do vilão Felipe Barreto (Antonio Fagundes).
Sendo assim, dificilmente a história faria sucesso hoje em dia. A não ser que algum autor se habilite a reinventar a trama e modificar o perfil dos protagonistas, corrigindo o erro de Braga. Pouco provável.
[anuncio_5]
Menção honrosa
É preciso reforçar que, embora a princípio nenhuma destas tramas deve ser lembrada para se fazer um remake, não seria impossível isso acontecer. Afinal, até pouco tempo atrás, acreditava-se que a Globo jamais faria um remake de Vale Tudo, mas há rumores de que isso deve ocorrer em breve.
Vale Tudo é um clássico da teledramaturgia nacional e segue atual mesmo já tendo passado mais de 30 anos de sua exibição original. A novela está tão enraizada no imaginário popular que fica difícil imaginar seus personagens antológicos vividos por outros atores.
Como poderia existir outra Maria de Fátima que não fosse Gloria Pires? Outra atriz fazendo a terrível Odete Roitman de Beatriz Segall é inimaginável. Ainda assim, a Globo vai mexer nesse vespeiro e um remake de Vale Tudo já está sendo pensado pela autora Manuela Dias.
