– A inspiração para Bambolê, que terminava em 25 de março de 1988, veio de Chama e Cinzas, obra literária de Carolina Nabuco – ainda autora de A Sucessora, adaptada por Manoel Carlos em 1978, também para o horário das 18h.
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– Daniel Más, responsável pela novela, mudou a época – de 1947 para 1958, pegando carona no sucesso da minissérie Anos Dourados (1986). Além disso, criou personagens, como a protagonista “adulta” Marta (Susana Vieira), e modificou a condução do enredo: as relações de Álvaro Galhardo (Cláudio Marzo) com as filhas dava, o tom do folhetim; a rigidez de Fausta (Joana Fomm) e o mau-caratismo de Cristina (Carla Marins) guiavam o livro.
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– O rígido padrão de comportamento da década de 50 serviu de termômetro para a criação de tipos exclusivos para a produção televisiva. Marta, além de desquitada, havia se unido a Antenor (Herval Rossano), com quem tivera um segundo filho, Tavinho (Felipe Fonseca), o que fazia dela “péssimo exemplo” tanto para a vizinhança do Méier, quanto para a de Ipanema, onde resolveu morar – e onde conheceu seu novo amor, Álvaro.
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– Gilberto Braga, autor de Anos Dourados, e Silvio de Abreu – que se preparava para estrear uma nova novela às 19h, Sassaricando – auxiliaram Daniel Más na confecção da sinopse e na construção de personagens.
– Cogitou-se, a princípio, manter o título da obra na TV. Depois, optou-se por ‘O Jogador’ e, por fim, Bambolê, referência ao jogo de cintura de Álvaro Galhardo na administração de seus problemas domésticos e afetivos.
– Com a novela, o brinquedo bambolê, febre nos anos 50, voltou a fazer a cabeça da criançada!
– O tema de abertura foi encomendado a Léo Jaime, um dos expoentes do movimento BR Rock. O músico buscou inspiração em Bill Halley, presente no segundo volume da trilha com o clássico ‘See You Later, Alligator”.
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– Segundo dados do livro Teletema Vol. 1, de Guilherme Bryan e Vincent Villari, o primeiro disco da trama vendeu 430.458 cópias; dentre os hits de época, nacionais e internacionais, destaque para a oitentista – com cara de musiquinha da Jovem Guarda – ‘Festa do amor’, de Patrícia Marx, recém-saída do Trem da Alegria. A segunda trilha vendeu 113.803 cópias.
– O produtor musical Sérgio de Carvalho também foi responsável pela seleção do repertório de Mara (Carla Daniel), cantora influenciada pela “novíssima” bossa nova. Dentre os clássicos do gênero, Mara entoou ‘O Barquinho’ (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), ‘Corcovado’ (Tom Jobim) e ‘Chega de Saudade’ (Tom Jobim e Vinícius de Moraes).
– Isabela Garcia chegou a ser cogitada para viver a vilãzinha Cristina. Grávida, a atriz foi substituída por Carla Marins, no rastro do sucesso de Carola, sua personagem em Hipertensão (1986), às 19h.
– Foi a primeira novela na Globo de Cláudia Lyra (Orsina), Denise Fraga (Amália) e Guilherme Leme (Alligator).
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– Denise, aliás, desenvolveu macetes em parceria com Norma Blum, que interpretava a mãe de Amália, Carmem. As atrizes apostaram em tiques similares para demonstrar que a filha ensaiava repetir o comportamento amalucado de sua genitora.
– Também no elenco Fred Mayrink, como Felipe José, amigo de Tavinho. Recentemente, Fred esteve à frente da equipe de direção de Haja Coração (2016) e hoje comanda Salve-se Quem Puder.
– Como Álvaro e Marta, Cláudio Marzo e Susana Vieira reviviam o par romântico de Cambalacho (1986), Rogério e Amanda. O mesmo com Paulo Castelli e Myrian Rios – Pedro e Gabriela em Tititi (1985); Luís Fernando e Ana em Bambolê.
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– De início, Álvaro se relacionava com Bete Nigri (Regina Restelli, sósia da diva pop Madonna). Corista de segunda linha, Bete era malvista pela sociedade carioca, o que leva o protagonista a forjar um noivado com Glória Muller (Sandra Bréa), uma vedete “mais respeitada”. Suas filhas, contudo, queriam uni-lo a Mumu Soares Sampaio (Mila Moreira), grã-fina amiga de Fausta. Por volta do capítulo 40, enfim, se deu o envolvimento com Marta.
– Já Luís Fernando, mesmo apaixonado por Ana, “se deu ao desfrute” com Cristina, desconhecendo o parentesco das mocinhas. A verdade veio à tona nos capítulos 37 e 38, na festa de aniversário de Ana, no momento em que Cristina, provocante, desce as escadas em direção ao salão num sensual vestido vermelho.
– O clímax, no entanto, se deu com Cristina grávida, levando Luís Fernando para o altar. Ana, resignada, se uniu a Barreto (Rubens de Falco), amigo de seu pai – e contra a vontade deste.
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– Para o vestido de noiva de Ana, a figurinista Helena Brício buscou inspiração no traje usado por Grace Kelly, grande atriz dos anos dourados, que se tornou princesa de Mônaco após o casamento com Rainier III.
– Já o traje que Yolanda (Thaís de Campos), a filha do meio de Álvaro, usou para se unir a Murilo (Maurício Mattar) no último capítulo tomou por base o estilo de Audrey Hepburn, com gola alta e mangas longas.
– A equipe de produção enfrentou as mesmas dificuldades do pessoal responsável por Anos Dourados: a quase inexistência de construções que remetessem a década de 50 e que pudessem servir de locação. Para o exterior da casa de Fausta, utilizaram uma mansão na Vila Geraldo, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Já o bairro de Ipanema foi reconstruído na cidade cenográfica, contando com os prédios onde moravam Álvaro e Marta e estabelecimentos comerciais, como farmácias e sorveterias.
– Por conta de um acidente de automóvel, em dezembro de 1987, Cláudio Marzo foi obrigado a se ausentar da novela. O ator retornou ao vídeo no mês seguinte, gravando apenas sentado ou apoiado numa bengala.
– Na ocasião, Daniel Más inventou um acidente doméstico para Álvaro, então em viagem a Buenos Aires. Durante a ausência do par romântico de Marta, o autor pensou em unir a vendedora de cosméticos a Geraldo (Armando Bógus) ou ao ex-marido Antenor.