Visto recentemente na reprise de O Clone no Vale a Pena Ver de Novo, o paraibano Sebastião Vasconcelos faz parte da história da televisão brasileira. Foram 48 anos atuando na telinha.
O ator começou sua carreira no teatro em Recife (PE) e logo foi para o Rio de Janeiro (RJ), também para atuar no teatro. Acumulou mais de 20 peças em sua história.
Carreira na televisão
Em 1960, começou seu trabalho em televisão, na TV Rio, na primeira versão de Cabocla. Foi protagonista e par romântico de Zuca (Glauce Rocha).
Em 2004, o ator participou do segundo remake da novela, na Globo, como Felício.
Ficou 38 anos na emissora, onde atuou em mais de 35 novelas e minisséries, em várias delas com personagens sisudos e rigorosos.
Seu primeiro sucesso no canal foi O Sheik de Agadir, em 1966. Fez ainda Bandeira 2 (1971), Cuca Legal e O Grito, em 1975, Saramandaia (1976), Sem Lenço, Sem Documento (1977), Morte e Vida Severina (1981), Champagne (1983), Selva de Pedra (1986), Bebê a Bordo (1988) e Vale Tudo (1988).
Em 1989, foi Zé Esteves, pai da protagonista (Beth Faria), em Tieta, um de seus maiores sucessos. Homem avarento e turrão, colecionou desafetos.
Participou ainda de Riacho Doce (1990), Mulheres de Areia (1993) – uma de suas novelas preferidas – e O Clone (2001).
O Clone
Em O Clone, um grande sucesso que está de volta nas tardes da Rede Globo, Vasconcelos fez o papel de Abdul Rachid, tio de Said (Dalton Vigh), Mohamed (Antonio Calloni) e Nazira (Eliane Giardini).
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Homem conservador, era porta-voz das tradições muçulmanas e ditava as regras na família. Não comia carne de porco nem bebia.
Condenava todos os pecados ocidentais, mas desejava arduamente Dona Jura (Solange Couto), chegando a sonhar que a comerciante dançava como uma odalisca para ele, principalmente depois de vê-la requebrando ao som de músicas marroquinas.
Depois de sair da Globo, participou de duas novelas da Record: Caminhos do Coração (2007) e Os Mutantes (2008). Foram seus últimos trabalhos na televisão.
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O que aconteceu com Sebastião Vasconcelos, o Tio Abdul de O Clone?
Apesar de tantos sucessos e uma carreira sólida e reconhecida, o fim da vida de Sebastião Vasconcelos foi muito triste. Com uma profunda depressão por não ser mais convidado a atuar, o ator chegou ao ponto de se recusar a tomar medicações e comer.
Isso o levou a um colapso e longas internações, que não foram suficientes para poupá-lo da morte.
“Sebastião andava muito triste e rebelde. Desde o início desse ano, ele se recusava a tomar os remédios e até a comer. Ele emagreceu muito, ficou bem fraquinho e aí resolvemos interná-lo. O médico foi quem descobriu e diagnosticou que ele estava com pneumonia, porque a gente não sabia”, declarou sua esposa, Vilma Costa, ao UOL.
“Isso para ele é praticamente a morte, perdeu o interesse em viver. Ele sentiu mesmo o golpe quando a Globo não renovou seu contrato. Fez uns trabalhos aqui, outros ali, mas não era a mesma coisa”, completou.
Sebastião foi casado com Vilma por 54 anos e teve dois filhos, Luiz Felipe e Luiz Roberto.
O artista morreu no Rio de Janeiro, em 15 julho de 2013, aos 86 anos. Foi cremado no cemitério do Caju.