Falar sobre economia nunca foi simples, principalmente nos anos 1980, quando a inflação chegava aos 1.000%. Até surgir Lillian Witte Fibe, que conseguiu passar de forma clara e objetiva o destino do dinheiro do povo brasileiro.
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Ela, que teve passagem por duas grandes emissoras de televisão, ficou pouco tempo em um pequeno canal. A passagem relâmpago teve desentendimentos e falta de diálogo.
A musa do noticiário econômico
Divulgação / GloboEm meados dos anos 1980, Lillian apresentava o Globo Economia, que ia ao ar depois do Jornal da Globo. De forma clara e direta, ela agradou ao público e passou a ser a musa do assunto. O grande momento de sua carreira foi quando esteve à frente da cobertura do Plano Collor e enfrentou a ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, que mal entendia o próprio plano que ela mesma inventou.
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Em 1991, o SBT passou a investir em seu jornalismo. Foi então que a emissora contratou a jornalista para apresentar o Jornal do SBT. Isso transformou e inovou o noticiário ao seguir uma linha diferente do Jornal da Globo, com matérias informais e menos técnicas. Lillian teve a oportunidade de mostrar o seu talento como âncora e não apenas como comentarista.
Em 1993, ela voltou para a Globo como titular do Jornal da Globo. Mas a grande virada de sua carreira foi quando passou a apresentar o Jornal Nacional em 1996, ao lado de William Bonner.
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Depois de dois anos no JN, Lillian voltou ao JG e ficou até o ano 2000, quando sai da emissora.
Passagem relâmpago no 21
Lillian ficou fora do ar durante quase cinco anos, período em que se dedicou a um noticiário pioneiro produzido pelo portal Terra apenas para a internet (foto acima). Ela voltou em 2005, assumindo a bancada do Jornal 21, do Canal 21.
A pequena emissora, que pertence ao Grupo Bandeirantes, via a chance de crescer com a jornalista na bancada do principal jornal. Mas a sua permanência foi muito rápida, sem tempo de criar ou desenvolver o projeto.
Sua estreia ocorreu em julho de 2005, mas em setembro ela já estava fora do ar. Segundo a Folha de S. Paulo, em 29 de setembro de 2005, a jornalista não gostou quando um editor do jornal foi demitido sem o seu conhecimento, desrespeitando uma cláusula do seu contrato.
Se não tem acordo, tem rescisão
A briga chegou até a vice-presidência do grupo, que exigiu o afastamento de Lillian Witte Fibe da bancada. Na semana seguinte, ela voltou à emissora e, enquanto se maquiava, soube pelo então diretor-geral do canal, Mario Baccei, que teria o seu contrato rescindido.
A emissora negou que a rescisão partiu da empresa, atribuindo a mesma a um pedido da própria Lillian, que negou o fato.
“Eles rescindiram o contrato e espero que conversem comigo até formalizarmos a rescisão”, declarou a jornalista.
Crise financeira e arrependimento
O que muito se falava nos corredores do Canal 21 era que a emissora passava por uma crise financeira pela diminuição de publicidade do governo federal, principalmente depois do escândalo do mensalão. A rescisão era uma das saídas para economizar.
A Folha apurou que Lillian pediu a rescisão do contrato. A emissora buscou entrar em acordo com ela, mas a decisão já estava tomada. No entanto, a jornalista teria se arrependido da decisão e queria voltar atrás, mas o Canal 21 não aceitou.
Hoje, aos 69 anos, e após passagens pelo portal Terra, TV Cultura e Revista Veja, até o momento ela não atua mais na televisão. Uma de suas últimas empreitadas no veículo foi o quadro Meninas do Jô, no qual Jô Soares reunia jornalistas para discutir política.