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Todas as Flores estreou no Globoplay e deixou o público em polvorosa. O primeiro capítulo da trama, que foi exibido numa live aberta a não assinantes, causou a melhor das impressões, de acordo com a repercussão nas redes sociais. O ritmo ágil do texto de João Emanuel Carneiro e a “mãe má” de Regina Casé foram exaltados pelos espectadores.
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Repercussão essa que Travessia não tem obtido. A novela de Gloria Perez está em sua segunda semana de exibição e ainda não caiu nas graças da plateia. Fora as habituais reclamações ao estilo “voo livre” do texto de Gloria e críticas à atuação de Jade Picon, Travessia tem rendido poucos comentários. Além disso, a audiência está abaixo do esperado.
Este resultado inicial coloca em xeque a decisão da Globo, que preferiu exibir Travessia no horário nobre em detrimento a Todas as Flores. Afinal, o plano inicial era que a novela de João Emanuel Carneiro substituísse Pantanal, e Travessia viria só depois. No entanto, a direção da emissora avaliou que o estilo popular de Gloria Perez teria mais condições de manter a boa audiência de Pantanal. Será?
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História se repete
Recentemente, esta coluna apontou que Rensga Hits!, produção original do Globoplay, tinha cara de novela das sete. Enquanto isso, Cara e Coragem, com seus mistérios, tinha um jeitão de série do streaming. Ou seja, as duas produções estavam em janelas “trocadas”.
A estreia de Todas as Flores fez surgir um pensamento parecido. Não que Travessia tenha cara de streaming, já que novela no streaming ainda é uma novidade e não tem “uma cara”. Mas Todas as Flores tem, sim, cara de novela das nove. O folhetim de João Emanuel Carneiro é um “novelão”, que, aparentemente, reúne elementos capazes de fisgar o público da TV aberta.
Na trama, o autor aposta em clichês muito bem-construídos. Todas as Flores tem duas vilãs interessantes, Zoé (Regina Casé) e Vanessa (Letícia Colin), e uma mocinha clássica, Maíra (Sophie Charlotte), que formam uma trinca poderosa. De quebra, a mocinha se apaixona, sem saber, pelo noivo da irmã, Rafael (Humberto Carrão). As peças estão na mesa.
De cara, os protagonistas de Todas as Flores disseram a que vieram. A novela trouxe personagens carismáticos, com os quais é facil se envolver. Isso já lhe dá uma vantagem sobre Travessia, que ainda não tem um grande personagem em cena.
Direção certeira
Além do texto, a direção de Todas as Flores também dá à produção um ar de novela clássica. A equipe de Carlos Araújo aposta numa ambientação segura, mas visualmente eficiente, com tons claros e cenários convincentes. Não há grandes firulas cênicas, como se vê em Travessia, por exemplo.
Ou seja, Todas as Flores é uma novela de TV que reforça todos os elementos mais básicos do folhetim. E o faz de uma forma envolvente, tanto que conquistou excelente repercussão nas redes sociais.
Resta saber se a novela se manterá neste patamar. Segundo Sol (2018) e A Regra do Jogo (2015), tramas anteriores de Carneiro, também começaram bem, mas se perderam pelo caminho. No entanto, Todas as Flores tem potencial. Se estivesse no horário nobre da TV aberta, a trama tinha todas as condições de arrebatar o público.