Além de cantor consagrado, Fábio Jr. também construiu uma carreira como ator de sucesso na TV. O artista participou de inúmeras novelas e séries, emplacando tipos galãs que encantaram os espectadores.

Guilhermina Guinle e Fabio Jr
Guilhermina Guinle e Fabio Jr. estrelaram Antonio Alves, Taxista (Reprodução / web)

Mas nem todos os trabalhos de Fábio Jr. na TV são dignos de nota. O ator, que recentemente pôde ser visto na reprise de Corpo Dourado (1998) no canal Viva, cometeu um grande erro ao topar uma empreitada controversa no SBT. Antes disso, ele já havia participado de um fiasco enorme na Globo, que a emissora fez de tudo para esquecer.

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Três convites

Pedra sobre Pedra
Fabio Jr. e as mulheres de Pedra Sobre Pedra (divulgação/Globo)

Em 1992, Fábio Jr. fez um enorme sucesso como Jorge Tadeu, o fotógrafo que era alvo das mulheres de Pedra Sobre Pedra. Depois disso, o ator recebeu três convites para voltar à TV. A Globo o queria em O Fim do Mundo (1996), enquanto a Manchete o chamou para Tocaia Grande (1995).

Mas foi o SBT que levou a melhor ao convidá-lo para estrelar Antonio Alves, Taxista (1996), novela fruto de uma parceria com a produtora argentina Ronda Studios. O folhetim, gravado em Buenos Aires, fazia parte de uma nova estratégia da emissora de Silvio Santos, que queria ter três faixas de novelas nacionais na grade: além de “Taxista”, foram lançadas Colégio Brasil e Razão de Viver, todas no mesmo dia.

Fábio topou a empreitada pela oportunidade de viver um taxista, que era a profissão de seu pai. Inclusive, foi o cantor que sugeriu que o personagem se chamasse Antonio, como seu progenitor – a novela era baseada no texto argentino Rolando Rivas, Taxista.

 

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Escolha errada

Antonio Alves Taxista
Serafim Gonzales e Fabio Jr. em Antonio Alves, Taxista

Porém, antes mesmo de Antonio Alves, Taxista entrar no ar, a novela já dava sinais de que seria uma grande roubada. Logo no início das gravações, a atriz Sonia Braga, que havia fechado contrato para estrelar a produção, se rebelou e abandonou o barco, insatisfeita com a qualidade do texto e o tamanho de sua personagem. Foi substituída por Branca de Camargo.

A novela estreou no SBT em 6 de maio de 1996, no principal horário de novelas do canal. Ela substituiu Sangue do Meu Sangue (1995) na faixa das 20h, com reprise às 21h40. Porém, mal Antonio Alves, Taxista entrou no ar e já foi alvo de inúmeras críticas.

O texto, originalmente argentino, foi traduzido sem grandes adaptações e se mostrou datado. Além disso, a trama tinha um aspecto meio “pobre” e vários erros de continuidade. O público não aprovou e a novela amargou baixos índices de audiência – tanto que a reprise das 21h40 foi cancelada pouco depois da estreia.

Por fim, Fábio Jr. teria se arrependido de participar da produção. Tanto que o artista se recusou a gravar mais capítulos do que o previsto – inicialmente, a produção teria 78 capítulos, mas cogitou-se esticá-la até o episódio 120. Por fim, ela foi finalizada com 82.

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Outro fiasco

Fábio Jr. em O Amor é Nosso
Fábio Jr. em O Amor é Nosso!

Antonio Alves, Taxista, sem dúvidas, foi o maior fiasco da carreira de ator de Fábio Jr. No entanto, o artista já havia amargado outro fracasso na Globo em 1981. Ele estrelou O Amor É Nosso!, produção que foi tão mal que criou-se uma lenda urbana de que o canal simplesmente apagou todas as fitas da novela.

Escrita por Roberto Freire e Wilson Aguiar Filho, O Amor é Nosso! foi exibida na faixa das sete da Globo entre 27 de abril e 24 de outubro de 1981. Era a primeira incursão do jornalista e psiquiatra Roberto Freire como autor de novelas, e ele tinha a intenção de fazer um retrato fiel da juventude dos anos 1980.

Mas a novela que girava em torno de Pedro (Fábio), um aspirante a cantor que vai viver em uma república com outros jovens, não caiu nas graças do público e a audiência do horário caiu vertiginosamente. Por isso, a Globo teria feito questão de se livrar das fitas da novela.

Não se sabe se a informação procede, mas é fato que a Globo não dispõe da íntegra de O Amor É Nosso!, o que foi confirmado pelo diretor de produtos digitais e canais pagos da emissora, Erick Brêtas.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor