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Vivendo uma fase de reformulação da programação, o SBT fez dois grandes lançamentos nesta semana. As novidades são o matinal Chega Mais, com Regina Volpato, Michelle Barros (foto abaixo) e Paulo Mathias; e o novo SBT Brasil, comandado por César Filho.
Mas, ao menos neste início, as estreias não melhoraram a situação do SBT na audiência, que seguiu praticamente intacta.
A aparente indiferença do público mostra que o canal de Silvio Santos ainda vai ter que suar para tentar recuperar parte de sua relevância.
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A emissora precisará de algo que nunca teve, paciência, para emplacar os novos programas, que têm potencial.
Enfim, novidades
Dentre os canais abertos, o SBT foi o que mais perdeu fôlego durante a pandemia da Covid-19. A emissora viu seu público encolher ano a ano e, no final de 2023, passou a colecionar recordes negativos. O canal anotou resultados de audiência típicos de emissoras nanicas, que nem de longe lembrava os tempos da consolidada vice-liderança.
Mas, depois de quatro anos de inércia absoluta, o canal finalmente resolveu se mexer. O SBT tirou 2024 para reformar a grade, numa tentativa de atrair mais público e, principalmente, mais anunciantes. Para isso, lançou um pacote de estreias, grande parte com programas feitos a toque de caixa, buscando não dar um passo maior que a perna.
As primeiras grandes novidades foram o Chega Mais e o novo SBT Brasil, que entraram no ar nesta segunda-feira (11). Porém, nenhum dos dois programas elevou a audiência de seus respectivos horários. A média permaneceu praticamente inalterada, considerando o mesmo horário da semana anterior.
Reforma necessária
O início morno da nova grade de programação é apenas consequência dos quatro anos em que o SBT praticamente hibernou. No auge da pandemia, a emissora de Silvio Santos abusou das reprises mais que qualquer outra emissora. Além disso, o dono do SBT fez as apostas mais absurdas possíveis.
Afastado das gravações de seu programa, o animador comprou vários enlatados de gosto duvidoso e tentou emplacá-los na grade. Programas como Os Pequenos Johnstons e Decisões do Dia foram testados em vários horários, sem sucesso. Além disso, Silvio Santos apostou até em séries em preto e branco, como Os Garotinhos.
Diante de tamanho descaso, o público debandou. A média de audiência diária do SBT encolheu a olhos vistos entre 2020 e 2023, agravando uma crise que já se anunciava ainda antes da pandemia. Foram tantos anos sem novidades que o público simplesmente sumiu.
Por isso mesmo, a atual reforma promovida pela grade se faz necessária. É preciso, de alguma maneira, oferecer algo novo para chamar a atenção do espectador. É claro que nem o SBT e nem outro canal de TV aberta vai registrar os mesmos índices do passado. Porém, é preciso trazer algo novo ao público e fazer valer o espaço ocupado.
Erros e acertos
Primeira novidade da temporada, o Chega Mais estreou derrapando, mas demonstrou potencial. A atração fica quatro longas horas no ar, o que deixou tudo bastante cansativo. Por outro lado, o SBT acertou no trio, e Regina Volpato, Michelle Barros e Paulo Mathias demonstraram entrosamento.
Se considerarmos que, antes da atração, o espaço era ocupado por um longuíssimo Primeiro Impacto, a mudança já é positiva por si só. Com a aposta, o SBT sai da inércia e se coloca de volta na guerra de audiência, o que é válido. No mais, uma atração como o Chega Mais vai sendo construída aos poucos. A equipe vai entendendo, no ar, o que funciona e o que não funciona. Basta o SBT ter paciência para implantar a atração da melhor maneira possível.
Quanto ao SBT Brasil, a ideia de fazer um jornal informal no horário nobre é interessante. Havia uma crítica quanto ao jornalismo do SBT, que era muito burocrático e sem identidade. Agora, não. O noticioso ganhou uma roupagem mais popular, que parece conversar melhor com o público da emissora, que sempre se orgulhou de ser popular.
Além disso, César Filho é um rosto que agrada à plateia do SBT. Sendo assim, a mudança do jornal se revelou positiva. O SBT Brasil finalmente tem uma cara, algo que lhe foi negado durante muitos anos.