SBT e Silvio Santos são acusados de expor funcionários ao coronavírus

As demissões em massa promovidas pelo SBT na semana passada já estão tendo as suas primeiras consequências. Dois sindicatos do Distrito Federal decidiram vir a público para atacar a emissora. Em um longo comunicado, eles afirmam que o canal de Silvio Santos ignora medidas legais e acusam a rede de ter se omitido no combate ao coronavírus.

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Ao todo, 15 profissionais da já pequena equipe da emissora em Brasília foram demitidos. O facão atingiu até mesmo rostos conhecidos do público, como a repórter Larisse Neves, que atuava nos dois telejornais locais e em produtos nacionais, como o Primeiro Impacto.

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Para os sindicatos dos Radialistas e Jornalistas do Distrito Federal, o SBT provocou uma “grande insegurança” entre os seus profissionais com a onda de demissões pelo país. O temor de parte dos funcionários, por sinal, tem sentido.

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A reportagem do TV História apurou com fontes da diretoria da emissora que a regional de Brasília ainda será alvo de mais cortes nos próximos dias. O SBT News, portal de notícias recém-lançado, já corre risco de extinção. Nos bastidores, comenta-se de que os primeiros resultados de audiência do portal assustaram até os mais pessimistas.

O comunicado conjunto ainda faz outra grave acusação contra a rede de Silvio Santos. Segundo os sindicalistas, o SBT foi negligente no combate ao coronavírus e se recusou a tomar medidas básicas de proteção para os funcionários.

No final de julho, o SBT de Brasília chegou a ser praticamente interditado por conta de um surto de Covid-19 entre seus funcionários — dentre eles, Felipe Malta (foto abaixo), âncora interino do Jornal SBT Brasília e titular do Jornal de Sábado. Durante duas semanas, os noticiários locais da emissora foram feitos diretamente de São Paulo e com reportagens, em sua maioria, de gaveta.

Leia, a seguir, íntegra do comunicado conjunto dos sindicatos dos Radialistas e Jornalistas do Distrito Federal, sobre a demissão em massa promovida pela emissora de Silvio Santos.

“O Sindicato dos Radialistas do DF e o Sindicato dos Jornalistas do DF repudiam as demissões em massa de trabalhadores no SBT. Nesta quinta-feira, foram anunciadas cerca de 15 demissões na emissora, o que vem provocando grande insegurança entre os trabalhadores.

As entidades prestam solidariedade e colocam seus departamentos jurídicos à disposição dos trabalhadores demitidos. Infelizmente, pela reforma trabalhista aprovada no governo Temer, com apoio dos setores mais retrógrados do país, foi retirada a proibição de demissões em massa sem negociação com os sindicatos.

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Nos últimos dias, circula também a informação de que o SBT estaria arrendando sua programação para a CNN Brasil. A medida é proibida pela legislação, apesar de prática recorrente no país. O SBT, como uma concessão pública, tem o dever legal de manter programas noticiosos para informar a população. Infelizmente, o grupo Silvio Santos ignora todas as barreiras legais.

Vale ressaltar ainda que o SBT em Brasília, durante a pandemia, teve um grande número de trabalhadores infectados pelo novo coronavírus, principalmente porque a empresa não tomou as medidas necessárias de proteção aos funcionários, o que trouxe vários transtornos.

Os sindicatos irão acionar o SBT e pedir reunião para questionar as demissões, neste momento em que enfrentamos uma crise sanitária, econômica e social, em que a comunicação social se faz ainda mais essencial”.

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