A Infância de Romeu e Julieta, atual aposta do SBT, está muito longe do sucesso esperado tanto pela emissora quanto pela Amazon Prime Video, parceira do canal na produção que ajuda a pagar a conta.
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No entanto, nem mesmo a baixíssima audiência da trama tem feito a estação pensar em deixas as novelas infantis de lado. Segundo Flavio Ricco, o fato da rede viver o seu primeiro fracasso não desanimou a sua diretoria em nada. A emissora bateu o martelo e não pretende desistir das tramas voltadas para crianças, que seguirão sendo produzidas normalmente.
Crise geral
A bem verdade é que a programação como um todo vem sofrendo muito forte os efeitos da grandiosa crise de audiência que enfrenta a empresa em São Paulo e em todo o território nacional.
As atrações diárias de maior ibope marcam algo entre 4 e 5 pontos na capital Paulista. No último dia 2 de agosto, por exemplo, o programa mais visto do dia foi a reprise de Cúmplices de um Resgate, com modestos 4,7 pontos. Assim, não há melodrama que consiga fazer milagre.
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Mesmo assim, a produção acaba apontando para um desempenho muito fraco, comparado ao tamanho do investimento. Muito por conta do baixo interesse do público na história também no streaming. Romeu e Julieta só figurou entre os mais vistos da plataforma na semana de estreia para nunca mais voltar.
Sem chances de crescimento
Aí entra também a falta da experiência da equipe com textos totalmente inéditos. Desde Poliana Moça que os roteiristas da casa vêm perdendo a mão e apostando em enredos vazios, sem conflitos e até mesmo sem vilões.
Com uma história sem plots interessantes, em cenários totalmente desgastados e repetitivos e, claro, capítulos a se perder de vista, somados a uma programação cambaleante e nada competitiva, a telenovela nacional não tem a menor chance de reverter esse quadro e cair nas graças do telespectador.
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Agindo naturalmente
Uma das poucas saídas era deixar o segmento e voltar a apostar em tramas para adultos advindas de originais estrangeiros, como foi feito antes com Pícara Sonhadora (2001) e Esmeralda (2004), que foram grandes sucessos. Isso, porém, não é uma opção para os diretores.
O SBT seguirá gravando o título normalmente, sem pensar nos fracos índices registrados e deverá dar prosseguimento com as narrativas juvenis, escalando uma nova história infantojuvenil para o seu horário de produções nacionais.
Para prosseguir neste caminho, no entanto, o canal precisará, queira ou não, mexer um pouco em seu modelo de produção.
Saída
Ou seja, passar a gravar tramas menores e alterar a equipe de roteiristas liderada por Iris Abravanel, que, diga-se, está repetindo fórmulas e ideais muito em conta de estar há anos no ar sem descanso entre um produto e outro. Não existe qualquer revezamento.
Investir em novos roteiristas, melhorar os conflitos e voltar a usar a estrutura folhetinesca clássica, com mocinhos bem demarcados, vilões e todo o básico para o funcionamento de um folhetim.
Se faz necessário uma reciclagem geral. Mudar os cenários insistentemente utilizados nas produções anteriores e abandonar os artifícios excessivamente utilizados como música, escola, clubinhos, e claro, investir naquilo que é certo de funcionar.
A volta dos remakes
E entende-se esse “certo”, como algo praticamente pré-concebido e de êxito já conhecido, que são os textos originais mexicanos disponibilizados pela parceira de longa data, a Televisa.
Enquanto o canal se ocupava em abrasileirar histórias mexicanas conhecidas, a audiência correspondia, vide Carrossel (2012), Cúmplices de um Resgate (2015), Carinha de Anjo (2016) e a argentina Chiquititas (2013).
Patinho Feio, cancelada de última hora, e outros sucessos infantis como Gotinha de Amor, O Diário de Daniela, Chispita, dentre outras, poderiam ser o caminho para um relançamento mais que necessário do setor e para voltar a dar confiança nos roteiristas que criariam muito pouco em cima das obras já existentes.