Mais uma vez, ela fez o impossível nas tardes do SBT. Para o canal de Silvio Santos, Esmeralda (2004) pode ser considerada o Chaves das novelas. A produção entra no ar quando a audiência atravessa seus piores momentos e sai entregando crescimento nos números e na repercussão.

Bianca Castanho

A emissora, sabendo de tal capacidade, não hesita em voltar a fita para salvar a pátria. Esmeralda, porém, nunca vem sozinha… A trama sempre antecede outra obra de muito potencial. A dobradinha em questão é com Maria Esperança. Em todas as reprises nas tardes do SBT, uma sempre antecedeu a outra.

Sucesso nunca vem sozinho

Pérola Negra

Vamos voltar a 2010, quando a história estrelada por Bianca Castanho formou dobradinha com outra joia da rede, Pérola Negra (1998). As duas versões nacionais se juntaram à mexicana As Tontas Não Vão ao Céu dentro da faixa Novelas da Tarde. Naquela ocasião, o folhetim de Bárbara Paz substituiu Esmeralda pela primeira vez.

Em 2005, a situação se repetiu – e o desempenho em audiência de Maria Esperança foi superior ao da antecessora. Em 2022, a terceira troca acontece em meio à alta expectativa da estação. É que o horário escolhido tornou-se estratégico para a média-dia do SBT…

Em time que está ganhando não se mexe

Maria Esperança

Provavelmente, o SBT analisou o resultado das últimas exibições e resolveu escolher Maria Esperança outra vez por causa do bom histórico de manutenção – e acréscimo – de audiência.

E o que leva ao êxito da dobradinha? Maria Esperança e Esmeralda compartilham da mesma estrutura dramática: mocinha pobre e ingênua que sonha com o amor, batalha para sobreviver enfrentando os mesmos percalços do cidadão comum do nosso país come o pão que os vilões amassaram e, no fim das contas, espera apenas pela felicidade. São as típicas Cinderelas. É o drama clássico que sempre funciona.

Além disso, as duas produções partem da dramaturgia latina e são contadas de forma que a aceitação costuma ser fácil.

Histórico de êxitos

Marimar

Esmeralda é baseada na adaptação mexicana de 1997 – exibida no Brasil com grande sucesso em 2000 –, que, por sua vez, foi inspirada em Topázio (1984), novela venezuelana que Silvio Santos também trouxe para cá, em 1992. A primeira versão, também da Venezuela, data de 1977.

Já Maria Esperança nasceu de uma radionovela chamada Enamorada que, em 1973, converteu-se na venezuelana A Italianita. Em 1977, a Televisa realizou a adaptação Rina, que bombou no Brasil com o título Desprezo. Mas o grande hit foi María Mercedes (1992).

A mais famosa versão desembarcou em terras tupiniquins em 1996, ganhando diversas reapresentações, até o remake brasileiro – que quase desembocou em atualizações de Marimar (1994) e María la del Barrio (1995), também protagonizadas pela estrela Thalía.

A fórmula perfeita

Barbara Paz

Manter uma sequência de textos históricos e notoriamente eficazes garante a continuidade do sucesso. TV é hábito. Logo, conservar o gênero da faixa é muito importante. Se um drama está em pleno funcionamento, outro tem de vir para substituí-lo. Neste quesito, as duas obras se completam bem.

Há ainda coincidências de elenco. Manoelita Lustosa é Rosário, a mulher que criou Esmeralda, e Filó, conselheira de Maria Esperança. Depois da invejosa tia Fátima na atual produção, Tânia Bondezan encarna a principal vilã da substituta, Malvina. Ainda, Fabiana Alvarez como Patrícia e Renata.

Maria Esperança deve substituir Esmeralda no próximo dia 13, às 13h30, conforme a divulgação em chamadas veiculadas pelo SBT.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor