Salvação de Travessia pode vir de onde menos se esperava

Travessia - Alessandra Negrini

Reprodução / Globo

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Travessia é um dos trabalhos mais fracos da carreira de Gloria Perez. E não é para menos! Com uma trama confusa, personagens pouco carismáticos e situações que andam em círculos, a atual novela das nove é mesmo uma produção para ser esquecida.

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No entanto, a narrativa mexeu com o público ao menos uma vez: no primeiro capítulo! A história envolvendo Guerra (Humberto Martins), Moretti (Rodrigo Lombardi) e Débora (Grazi Massafera) empolgou o espectador de tal maneira que, até hoje, tem quem lamente a morte prematura da mãe de Chiara (Jade Picon).

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Nos mais recentes capítulos do folhetim, Gloria Perez, espertamente, retomou tal trama, desta vez com a presença de Guida (Alessandra Negrini). Ao colocar outra mulher em meio aos dois rivais, a autora conseguiu reacender o conflito que tanto empolgou na estreia. Não por acaso, a audiência de Travessia vem subindo.

Triângulo bombástico

O conflito inicial de Travessia funcionou por causa de Débora. Ela era a personagem mais instigante do “triângulo amoroso” formado com Guerra e Moretti. Afinal, os dois ex-sócios não são lá personagens muito queridos. Guerra é um rabugento, enquanto Moretti é um vilão forçado.

Mas Débora… Não foi por acaso que Grazi Massafera roubou a cena no início de Travessia. Sua personagem tinha um quê errático, meio cambaleante. E, ao mesmo tempo, era muito carismática. Sua passagem foi tão rápida que deixou no público uma sensação de “quero mais”.

Sem Débora, Guerra e Moretti não são nada. Ele representam apenas dois marmanjos voluntariosos que protagonizam uma queda-de-braço por empreendimentos, sem qualquer emoção. Pouco importa quem vai “vencer” este conflito; na realidade, o público quer mais é que os dois se deem mal.

“Nova” Débora

Reprodução / Globo

Enquanto isso, Guida demonstrou ter um potencial interessante logo no início de Travessia. Seu jeito meio descompromissado despertou alguma atenção do público. Porém, como ela estava inserida num conflito meio mequetrefe com Leonor (Vanessa Giácomo), ninguém esperava grande coisa.

Mas Gloria Perez foi feliz ao desviar os caminhos da personagem. Ela se transformou praticamente na mocinha do enredo, ao viver dramas cada vez mais intensos e, de quebra, ainda ser perseguida pelo maior vilão da história, que é Moretti. Virou a protagonista moral!

Guida cresceu mais ainda ao se envolver com Guerra. Afinal, ela assumiu a posição que era de Débora. Se no passado, era a modelo quem incendiava a relação entre os dois rivais, atualmente é a sobrinha de Cotinha (Ana Lucia Torre) quem cumpre essa função. E com igual competência.

Afinal, Guida também tem um jeito errático e cambaleante, tal qual Débora. E assim como Grazi, Alessandra Negrini esbanja carisma. Ela consegue fazer com que o espectador torça por ela, mesmo tendo atitudes questionáveis.

Público aprova

Ellen Soares / Globo

A morte rápida de Débora deixou no público a sensação de que havia uma boa história ali que não foi muito bem contada. Mas agora, com Guida diante de Guerra e Moretti, esse enredo “interrompido” é retomado. E a audiência vem subindo.

Esperta, Gloria Perez tratou de trazer esta história para o primeiro plano de Travessia. Já que ninguém aguenta mais a disputa chata entre Brisa (Lucy Alves) e Ari (Chay Suede), ao menos dá pra se divertir com a ciranda amorosa explosiva envolvendo Guida, Guerra e Moretti.

Claro, é uma trama que está longe de ser fantástica. Mas, ao menos, injeta algum ânimo à história cansada de Travessia. A novela tem ganhado público nos últimos dias, o que mostra que a aposta de Gloria Perez deu certo.

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