A inesperada mudança de Márcio Gomes para a CNN Brasil foi um imenso banho de água fria em muita gente dentro da Globo. Com a sua saída, a tão esperada dança das cadeiras no jornalismo da emissora volta a ganhar ares de mistério, para desespero de muitos profissionais.

Uma das poucas certezas era a de que Ali Kamel iria efetivar Gomes na apresentação do SP2, como uma espécie de prêmio por sua proatividade em todos os projetos para que foi escalado em 2020. Fontes próximas ao executivo dizem que a saída do jornalista, após o choque inicial, foi vista como um alívio.

O motivo? Márcio Gomes já estava na famigerada “linha de tiro” dos profissionais do jornalismo. Aos 49 anos, ele dificilmente teria chances na linha sucessória dos principais telejornais da Globo e da GloboNews. Nos bastidores, sua promoção para a titularidade do SP2 era interpretada como um prêmio de consolação.

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Com a saída do jornalista, que pediu demissão após 24 anos na emissora, a cúpula do setor se viu obrigada a reorganizar seu planejamento de mudanças. Conforme noticiou Flávio Ricco em sua coluna no R7, as trocas deveriam ser anunciadas até o final de outubro. Agora, o comunicado oficial tende a ficar para novembro.

Sem Márcio Gomes, a dança das cadeiras tende a beneficiar nomes mais jovens, como alguns dos apresentadores da GloboNews e repórteres de São Paulo e Distrito Federal. Na bolsa de apostas nos corredores da Globo, porém, há quem diga que até correspondentes internacionais correm o risco de entrar no balaio.

Nos bastidores, o clima é de apreensão entre a maior parte dos jornalistas jovens: poucos tem a certeza de onde — e em que posto — estarão em 2021. Na ala dos veteranos, o clima é de enterro. Para eles, a falta de esforço da Globo em segurar Gomes mostra que haverá, mais cedo ou mais tarde, um descarte em massa dos “medalhões”.

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