CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A série documental Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez, que estreou na HBO Max em julho deste ano, reconta o trágico destino da atriz assassinada por seu companheiro de cena. Com depoimentos de vários artistas e da mãe da atriz, a autora Gloria Perez, a série trouxe novos detalhes do crime que abalou o país há exatos 30 anos, em 28 de dezembro de 1992.
Aos 22 anos de idade, Daniella Perez interpretava o papel da jovem Yasmin, um dos destaques da trama De Corpo e Alma, a primeira solo de Gloria Perez às 20h. Yasmin era apaixonada por Caio (Fábio Assunção), mas divergências familiares acabaram por separá-los. Longe do amado, ela se envolveu com Bira (Guilherme de Pádua), motorista de ônibus, amigo da família da moça.
Antes e depois da série, muitos questionaram: após o assassinato da atriz, quais foram os rumos da trama?
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
Triste desfecho
Na noite do crime, a Globo exibia o capítulo 127 de De Corpo e Alma – e ainda teria outros 58 para transmitir dali em diante. No mesmo dia, Daniella e Guilherme gravaram cenas do episódio 141 da novela, com exibição prevista para o o ano seguinte, mas que nunca foram ao ar.
A sequência marcava o momento em que Yasmin colocaria um ponto final no romance com Bira, por ainda estar apaixonada por Caio.
Após o assassinato, a Globo excluiu todas as cenas posteriores gravadas por Guilherme de Pádua. O personagem Bira deixou de existir; o texto explicou que ele havia partido no encalço da irmã Verinha (Juliana Teixeira), então refugiada em Campos, interior do Rio de Janeiro.
A despedida de Daniella Perez
Com o afastamento da autora da novela, os novelistas Gilberto Braga e Leonor Bassères assumiram a trama para escrever o bloco posterior ao último que estava gravado.
O último capítulo com cenas de Daniella Perez foi o 146, em 19 de janeiro de 1993.
A saída de Yasmin da novela foi explicada com uma viagem de estudos, uma vez que a personagem era dançarina. A despedida também contou com depoimentos gravados do elenco e do diretor Fábio Sabag em homenagem à atriz.
Crítica social
Na volta ao comando dos roteiros, Gloria Perez aproveitou para incluir mais dois assuntos em De Corpo e Alma: a morosidade da justiça e a inadequação do código penal brasileiro.
A história foi encerrada com uma carta escrita por Gloria e lida por Stênio Garcia (pai da personagem na novela), com imagens da atriz no vídeo.
Após a conclusão da trama, a autora supostamente pediu que a Globo nunca a reprisasse posteriormente. Mesmo assim, De Corpo e Alma foi exibida em Portugal, no ano de 1996, através da emissora SIC, por obrigações contratuais entre as emissoras.
Em contraponto à suposta proibição, o canal pediu a reclassificação do folhetim em 2000, para reprisá-lo no Vale a Pena Ver de Novo. O Ministério da Justiça concordou com o compromisso da Globo em adequar a trama (imprópria para menores de 12 anos) para ser exibida na faixa de reprises.
As temáticas pesadas para o horário e o acúmulo de fracassos do Vale a Pena Ver de Novo na época teriam sido o motivo para a suspensão da volta da novela.