Tudo na vida é efêmero… A fama também segue esse caminho. Mesmo que o artista esteja nas paradas de sucesso ou no horário nobre, isso não é garantia de que a glória será eterna.
Um ator que esteve presente em uma minissérie e em novelas das oito se viu longe do trabalho e enfrentou a depressão com o melhor que podia dar: amor e carinho aos que mais precisam.
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Sucesso precoce
Leonardo Miggiorin começou sua carreira em 1999, atuando no infantil Flora Encantada. Já em 2001, ele foi um dos destaques de Presença de Anita (foto acima, com Mel Lisboa), um grande sucesso de Manoel Carlos que parou o Brasil. A minissérie foi o passaporte para o ator estrear no horário nobre.
Em Mulheres Apaixonadas (2003), Leonardo deu vida ao personagem Rodrigo Andrade de Melo. Já em Senhora do Destino (2004), que está no ar no Canal Viva, respondeu por Shaolin – um garoto que tem uma academia de artes marciais, envolvido com a jovem Lady Daiane (Jéssica Sodré).
Além desses trabalhos, Miggiorin esteve presente em Essas Mulheres (2005), Cobras & Lagartos (2006), Toma Lá, Dá Cá (2007), Viver a Vida (2009), Insensato Coração (2011), Os Dez Mandamentos (2015), entre outras produções.
Pandemia e depressão
Seu último trabalho na TV, até o momento, foi no humorístico Os Roni, exibido pelo Multishow em 2020. Por conta da pandemia, Leonardo Miggiorin ficou sem trabalho e voltou a morar em São Paulo.
Ele enfrentou uma depressão e passou por crises de ansiedade no período que ficou recluso.
“Coincidiu com a perda de uma pessoa muito especial também. A pandemia interrompeu os trabalhos e cheguei a questionar o meu talento. Com quase 40 anos, me vi sendo sustentado pelos meus pais. Fui salvo pela minha terapeuta, meus pais e pela Maria, que trabalha com a gente. A Maria me tirou da cama às três da tarde”, confidenciou ao Gshow, em 3 de outubro de 2022.
O acolhimento em via dupla
O ator acabou percebendo que poderia atuar em outra área, como pós-graduado em Psicologia e Psicodrama. Assim, ele começou a gerenciar o projeto Casa Encontro, que fica no bairro de Heliópolis, em São Paulo, e que cuida de idosos.
“Nele, atendo 40 idosos com mais de 60 anos. Levo a eles o acolhimento e atividades de psicodrama. No final do ano, vamos encenar um espetáculo teatral. As pessoas estão muito sozinhas e essa é uma forma de dar a elas motivação e carinho. Descobri que, em vez de acolher, fui muito mais acolhido”, analisou.
De volta aos palcos
Esse trabalho trouxe Leonardo de volta à ativa, principalmente no meio artístico. Hoje, o ator está em cartaz com a peça O que faremos com Walter?. Ele também gravou uma série para o Globoplay.
“Agora que os projetos voltaram, não estou mais com meus pais. Voltei a morar no meu apartamento. Estou em uma série da Globoplay que se chama ‘Vicky e a Musa’ e estreia em julho. Gravei ano passado e fiquei muito feliz de voltar a trabalhar no Projac. Revi muitos amigos. Estou muito acelerado, estou sem dormir, virando noite, resolvendo muita coisa, mas feliz”, relatou ao portal Heloisa Tolipan, em 3 de março deste ano.
Mesmo com todos os projetos da área artística, Miggiorin continua firme na Casa Encontro, mostrando a importância da terceira idade na sociedade e para a vida das pessoas:
“O idoso em nosso país é muitas vezes invisibilizado. Isso me preocupa pela empatia que tenho com essas pessoas, mas também pela minha própria experiência de vida, pensando em envelhecer no Brasil”.
