Destaque em Caminho das Índias (2009), onde viveu o guarda Abel, sempre traído pela esposa Norminha (Dira Paes), Anderson Muller possui uma história de vida repleta de lutas e viradas dignas de novela!

Caminho das Índias

Nascido em 9 de novembro de 1969, em Nilópolis, município da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Anderson Muller David é filho de Aniz Abraão Davi, presidente de honra da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, e de Eliana Santos Muller de Campos – assassinada em 1991.

Foi a prima Catarina Abdala, também atriz, quem o incentivou a fazer teatro ainda na juventude. A estreia na TV foi aos 17 anos, como Quibe Frito, de Brega & Chique (1987). Ele seguiu na faixa das 19h com Bebê a Bordo (1988) e, posteriormente, integrou o elenco de Os Trapalhões.

Ainda, Quem é Você? (1996), Malhação (1998), Bambuluá (2000) e Carga Pesada (2003). Em 2005, Muller emplacou o locutor de rodeios Ariovaldo, de América. A parceria com a autora Gloria Perez se estendeu para a minissérie Amazônia – De Galvez a Chico Mendes (2007).

O auge da popularidade

O Rico e Lázaro

Convidado para Caminho das Índias, também de Gloria, Anderson Muller experimentou seu maior sucesso até então. Na trama em reprise no Canal Viva, ele encarnou Abel, dopado pela esposa com um copo de leite “batizado” com sonífero. Com o marido desacordado, Norminha saía à rua à procura de outros homens.

Anderson seguiu na Globo com Malhação (2011) e Salve Jorge (2012). Ele passou para a Record em 2017, quando atuou no folhetim bíblico O Rico e Lázaro. A volta para a emissora líder de audiência se deu com Bom Sucesso (2019); até o momento, seu último trabalho na televisão.

Viva o amor!

Anderson Muller

O ator foi companheiro da atriz Marcela Muniz; eles são pais da também atriz Thais Muller e do músico Thiago Muniz Muller. Há 17 anos, porém, Anderson Muller é casado com um médico, Paulinho. O romance tornou-se público no Dia dos Namorados do ano passado.

“Sou muito reservado. Estava querendo homenagear alguém como homenagearia minha mãe. Achei muito louco a repercussão que deu. Não acho que isso seja uma coisa extraordinária. É algo muito comum. Se eu estivesse casado com a minha ex-mulher, faria a mesma homenagem”, comentou o ator em entrevista ao jornal Extra (17/06/2021).

“A gente é muito reservado, e as pessoas do nosso núcleo, do nosso convívio, levam isso de uma forma muito bacana”, complementou.

Na mesma publicação, ele lamentou a queda no número de seguidores sempre que posta algo sobre o relacionamento homoafetivo:

“O que eu fiquei indignado foi a quantidade de pessoas que parou de me seguir todas as vezes que eu fiz alguma homenagem a ele. Mas, ao mesmo tempo, a quantidade de mensagens bonitas que eu recebi, foi maior, e isso é muito legal”.

Percalços na pandemia

Bom Sucesso

A ausência do vídeo acabou por afetar a vida de Anderson Muller. Ele revelou, também ao Extra, que enfrentou dificuldades para conseguir trabalhos.

“Eu tive, nesses últimos dois anos, uma coisa que nunca aconteceu na minha vida, e que acontece na vida de muitos colegas, que é a falta de trabalho. Foi uma coisa muito triste mesmo, a ponto de eu não abrir mão da minha profissão, mas ter que focar em outras coisas”, afirmou.

Com a suspensão de projetos teatrais e séries por conta da pandemia, ele voltou-se para uma clínica do Rio de Janeiro que trata cicatrizes e feridas, além de desenvolver um trabalho social, tornando-se sócio investidor:

“Como o grande desespero e insegurança que esse país está dando para a arte e para cultura, por ter acabado o meu contrato (na TV), tentei usar essa forma de investimento, já que tudo que eu investi em minha vida foi dentro da arte, de produzir, não só para mim, mas em projetos que eu acreditava”.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor