Atualmente com 75 anos, o veterano Edwin Luisi é paulistano, descendente de italianos e na infância dedicou-se ao esporte. Mesmo estando longe da televisão, ele pode ser visto na reprise de Pão-Pão, Beijo-Beijo no Viva, quando viveu o personagem Julio.
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O artista estudou História da Arte na França e por lá descobriu a força dos movimentos sociais. De volta ao Brasil, formou-se ator pela Escola de Arte Dramática da USP, com o objetivo de usar a arte para transformar o mundo.
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Começou na televisão no sucesso de Ivani Ribeiro, Camomila e Bem-Me-Quer, em 1972, na Tupi, onde trabalhou por quatro anos. Neste ínterim, também foi garoto-propaganda de uma marca de guaraná e, graças a ela, chegou à Globo.
Sua estreia na emissora carioca aconteceu logo em Escrava Isaura (1976). Ele interpretou na trama o papel que o levou ao estrelato, o romântico abolicionista Álvaro.
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Destaque em O Astro
Atuou também em Dona Xepa (1977), ganhando o coração do público e surpreendendo em O Astro (1977), como o assassino de Salomão Ayala. O desfecho da novela simplesmente parou o Brasil.
Em Pão-Pão, Beijo-Beijo, ele viveu Julio, noivo de Bruna (Elizabeth Savala). Trabalha nos escritórios das cantinas de Mamma Vitória (Lélia Abramo) e, ao lado de Luiza (Maria Cláudia), toca os negócios para frente. É loucamente apaixonado pela noiva, mas sente que ela está mudando. Vê Ciro (Cláudio Marzo) como um inimigo, já que acredita que a presença dele atrapalha o seu bom relacionamento com Bruna.
Ainda esteve em As Três Marias (Globo-1980), Marquesa de Santos (Manchete-1984), Dona Beija (Manchete-1986), O Cometa (Bandeirantes-1989), Salomé (Globo-1991), Mulheres de Areia (Globo-1993), Tocaia Grande (Manchete-1995) e Paraíso Tropical (2007), sucesso da Gilberto Braga, recentemente exibida pelo Viva.
Nessa última trama, ele foi Lutero Sampaio, Conselheiro do Grupo Cavalcanti, pai da jovem e bela Alice (Guilhermina Guinle), noiva do maquiavélico Olavo (Wagner Moura). Dado o parentesco com o escroque, Lutero se torna comparsa de Olavo até certo ponto, sendo envenenado e morrendo na história.
Poucas atuações nos últimos anos
Em 2011, Edwin assinou um contrato de exclusividade com a Record para atuar em Rebelde. Ele ficou por dois anos na emissora e retornou à Globo em 2013, para Sangue Bom e A Lei do Amor (2016), sua última novela até o momento.
O ator viveu por algum tempo em Portugal, onde participou do longa-metragem O Judeu, produção luso-brasileira, de Jom Tob Azulay, e se apresentou com as peças Tango Bolero e Cha Cha Cha e Esse Espermatozóide é Meu.
Ainda em terras lusitanas, atuou na novela Na Corda Bamba (2019), da TVI, retomando a antiga parceria com Lucélia Santos. Sobre esse reencontro, Edwin relatou ao site de Heloisa Tolipan que na profissão de artista as amizades acabam se desfazendo, no entanto com ela foi diferente.
“Nessa profissão, sobretudo quem faz muito teatro como eu, você vai perdendo amigos pelo fato de que a gente fica muito amigo do elenco que a gente está no momento. Mas eu e a Lucélia nunca perdemos a amizade apesar dos mais de 40 anos que ficamos sem trabalhar juntos. Temos muito carinho e respeito um pelo outro. Quando atuamos na novela Escrava Isaura, estávamos estreando na TV, houve uma cumplicidade muito bacana”, recorda. E acrescenta que na novela portuguesa viveram um casal completamente diferente. “Os dois se davam mal, mas foram se reencontrando enquanto tentavam achar a neta sequestrada”, lembrou o ator.
Talento para ficar sozinho
De volta ao Brasil, o ator explicou que tem vocação para a solidão, mas tem muito amor pelo “filho de coração”, o ator Cláudio Andrade, e pela neta, Maria Clara.
“Eu tive um talento enorme para ficar sozinho, a vida inteira. Tenho um instinto de liberdade e independência, sou muito aquariano. Isso permeou a minha vida. Nunca fui dado a compromissos, laços. Acho que casamento não foi feito para mim. Namorei muito, foi ótimo. Não estou fechado, mas hoje em dia não vejo mais a possibilidade. Acho difícil na idade em que estou começar um namoro, um relacionamento. Tenho um talento enorme para ficar quieto em casa, um temperamento de solidão. É o que chamam de lobo solitário. Já amei, claro, mas nunca foi algo fácil pra mim”, enfatizou.
Edwin relata que durante o isolamento social, provocado pela pandemia de Covid-19, pensou em muitas coisas enquanto estava recluso, inclusive na morte.
Recentemente, participou das gravações do filme Quase Alguém, dirigido por Daniel Ghivelder. Em seu Instagram, o ator posta com frequência, dividindo com seus milhares de seguidores recortes da sua vida pessoal e profissional.