Revelada em Malhação 1999, Priscila Fantin teve rápida ascensão na Globo. Pouco tempo após a trama teen, a atriz já estava protagonizando Esperança (2002) no horário nobre e, em seguida, conquistou o papel da antagonista Olga de Chocolate com Pimenta (2003), atualmente reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo.

Dali, vieram outras protagonistas, como em Alma Gêmea (2005) e Sete Pecados (2007). Mas, na década de 2010, os papéis começaram a rarear. Afastada das telinhas desde Eta Mundo Bom! (2016), a atriz revelou recentemente que sofreu com a depressão, o que a fez diminuir seu ritmo de trabalho.

Crise de identidade

A revelação foi feita em entrevista a Daniela Albuquerque no programa Sensacional, exibido pela RedeTV! em setembro de 2021. Priscila contou que foi diagnosticada com a doença em 2008 e precisou lidar com questões emocionais intensas, o que a fez rever os rumos de sua carreira.

“Precisava me conhecer, me entender e me enxergar. Fui vivendo o que a vida me trazia e não parei para escolher aonde queria ir, quando vi não tinha mais minha própria identidade”, contou a atriz.

Devido a esta fase complexa, Priscila Fantin recusou alguns trabalhos na Globo, como Páginas da Vida (2006), A Favorita (2008) e Morde & Assopra (2011). Com isso, acabou se afastando da TV.

“Tive que parar tudo [o que estava fazendo na época] e fiz o caminho inverso. Sempre tive dificuldade em dizer ‘não’, nunca soube o meu limite”, explicou.

No entanto, na mesma entrevista, a atriz avisou que está disposta a voltar às novelas.

“Eu faria, se fizesse sentido pra mim. Em algum momento vai rolar essa conjuntura, onde isso pode acontecer de novo”, finalizou.

Carrasco chateado

Êta Mundo Bom!

Nesta fase em que encarou uma depressão, Priscila Fantin recusou o papel de Celeste em Morde & Assopra. Isso deixou o autor da novela, Walcyr Carrasco, bastante chateado.

“Fiquei chateado, sim, por termos feito grandes sucessos. Eu a considerava uma parceira. Mas aí veio a Vanessa Giácomo e arrebentou no papel”, declarou o escritor ao site Ego.

“Não ficou mágoa, apenas não entendi. A Priscila fez os maiores sucessos de sua vida comigo. E o estranho é que não tinha nenhuma proposta na época, tanto que não fez mais nenhuma outra novela. Só posso entender que estava emocionalmente precisando de um tempo”, completou.

Apesar do entrevero, Priscila e Carrasco voltaram às boas e a atriz participou de Eta Mundo Bom!, escrita por ele e, até o momento, o último trabalho da atriz na TV.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor