Bete Mendes (73) está afastada das telinhas há cinco anos e agora pode ser vista na terceira reprise da novela O Rei do Gado (1996). A trama que marcou época está em exibição no Vale a Pena Ver de Novo desde o dia 7 de novembro.

Bete Mendes em O Rei do Gado

No folhetim de Benedito Ruy Barbosa, ela dá vida à Donana, mulher de Zé do Araguaia (Stênio Garcia), que cuida sozinha da casa grande da fazenda de Bruno Mezenga (Antônio Fagundes), a quem tem muito respeito e admiração.

A personagem interpretada por Bete também se torna a grande aliada de Luana (Patrícia Pillar), a quem trata como uma filha, e é uma das que mais torce pelo romance da boia fria com o rei do gado.

 

Currículo de peso

Tieta - Armando Bogus, Bete Mendes e Luiza Tomé

Bete Mendes estreou na televisão em 1966, na extinta TV Tupi, onde participou de novelas como Águias de Fogo (1966), Beto Rockefeller (1968), A Revolta dos Anjos (1972), A Volta de Beto Rockefeller (1973) entre muitas outras até migrar de emissora.

Na Globo, sua primeira novela foi O Rebu (1974), onde consolidou sua carreira. Ainda no canal, esteve em clássicos como Tieta (1989) (foto acima), Anos Rebeldes (1992), Quatro por Quatro (1994), Pátria Minha (1994), O Rei do Gado (1996) e Terra Nostra (1999).

Bete seguiu emplacando uma obra atrás da outra na década de 2000. Esteve nas minisséries Aquarela do Brasil (2000) e A Casa das Sete Mulheres (2003), assim como nas novelas América (2005), Páginas da Vida (2006), Caras & Bocas (2009), Insensato Coração (2011), Gabriela (2012), Flor do Caribe (2013), Os Dias Eram Assim (2017) – onde apareceu como ela mesma – e, por fim, em Tempo de Amar (2017), seu último trabalho na TV.

A intérprete, que também viveu a famosa Dona Benta no Sítio do Picapau Amarelo (2007), atuou em novelas de outras emissoras nesse meio tempo. Ela esteve em Brida (1998), na TV Manchete, e Seus Olhos (2004), no SBT.

Política e Ditadura Militar

Bete Mendes

Bete Mendes foi presa e torturada durante a Ditadura Militar, no ano de 1970, no DOI-CODI, em São Paulo. As torturas eram coordenadas pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos militares mais conhecidos pelos episódios durante esse momento da história brasileira.

Inclusive, vale lembrar, que a artista participou de dois trabalhos na Globo que representaram o seu drama vivido nos anos de chumbo, como em Anos Rebeldes (1992), primeira obra que retratou a ditadura na TV, e depois em Os Dias Eram Assim (2017), no qual Bete Mendes participou como ela mesma em um depoimento emocionante sobre sua vivência.

Além dos palcos e das telinhas, a artista teve grande participação na política recente do Brasil. Ela foi uma das fundadoras do PT (Partido dos Trabalhadores), pelo qual foi eleita deputada federal com mandato entre 1983 e 1987.

Elegeu-se novamente, desta vez pelo PMDB, entre 1987 e 1991 e também foi Secretária Estadual de Cultura de São Paulo no período de 15 de março de 1987 a 21 de dezembro de 1988. Além disso, Bete já foi presidente da Funarj (Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro), em 1999.

Por onde anda Bete Mendes?

Nascida em 11 de maio de 1949, Bete segue afastada das telinhas e, recentemente, foi convidada para rodar um curta-metragem de Diego dos Anjos, chamado Esta Noite Seremos Felizes, onde atuará ao lado de Othon Bastos. A informação é do portal NaTelinha.

Sem nenhum trabalho na TV ou no teatro, a atriz segue atuante na defesa da cultura e da democracia.

“Atualmente, tenho militado como cidadã, indo a todos os encontros, comícios e reuniões que posso para defender a cultura, a democracia e o nosso direito democrático, presente na Constituição Brasileira. Participo de vários grupos, mas o principal deles é o Movimento Humanos Direitos, em companhia da Dira Paes, do Padre Ricardo Rezende, e de outros amigos e companheiros na defesa dos direitos humanos”, disse a atriz.

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