Ela foi um dos rostos mais conhecidos do jornalismo da Globo nas décadas de 80 e 90 e a primeira mulher a apresentar o Jornal Nacional. Após anos no exterior, Valéria Monteiro retornou ao Brasil no início dos anos 2000, dedicando-se à sua produtora independente e trabalhos como atriz. Em 2018, se lançou candidata à Presidência da República, mas acabou ficando de fora do pleito.

Relembre abaixo a carreira da jornalista e atriz e saiba o que aconteceu com ela:

– Nascida em Campinas, Valéria Monteiro trocou o curso de Ciências Sociais na Unicamp por Comunicação Social, no Rio de Janeiro. Também foi modelo fotográfico: passou quatro meses trabalhando nesta área nos Estados Unidos, antes de ser contratada pela Globo para apresentar o RJ TV 3ª Edição, em 1986.

– Passou também pelo Jornal da Globo e pelo Fantástico – uma pesquisa encomendada pela Globo ao instituto Gallup, em 1991, apontou Valéria como o grande destaque da revista eletrônica. Ainda, o Jornal Hoje, onde respondeu pelas entrevistas de sábado, consagradas na década de 80 por Leda Nagle.

– Em 1988, estreou no Jornal Nacional, ancorando ao lado de Sérgio Ewerton o bloco esportivo referente às Olímpiadas de Seul. Foi a primeira vez que uma mulher “invadiu os domínios” masculinos do ‘JN’.

– Muito antes das constantes repaginadas de Fátima Bernardes – como a tão criticada escova japonesa – Valéria chamava a atenção do telespectador com diferentes cortes de cabelo. Repicadas, na altura dos ombros, encaracoladas ou até mesmo no estilo “Chitãozinho & Xororó”, as madeiras sempre renderam comentários!

– Valéria Monteiro também foi uma das primeiras figuras do jornalismo global a estrelar campanhas publicitárias. Sua primeira investida neste sentido se deu quando a emissora contratou Dóris Giesse, que mantinha os trabalhos como modelo (tendo inclusive posado para a Playboy) mesmo estando sob o guarda-chuva do jornalismo. Então convidada para voltar às passarelas pela Ford, Valéria tratou de garantir junto à chefia os mesmos direitos concedidos a Dóris a todos os outros contratados do setor.

– Em abril de 1991, se separou do diretor Paulo Ubiratan (foto acima), com quem teve sua única filha, Vitória. No fim deste ano, deixou a Globo. Logo, contudo, acertou com o canal para assumir o posto de locutora no Jornal Nacional e ancorar a cobertura da Eco-92. Então considerada a apresentadora de maior credibilidade da casa, participou também das transmissões da Olimpíadas de Barcelona (onde foi vista, ao entrar no ar antes da hora, esbravejando em razão de falhas técnicas) e do noticiário sobre as eleições municipais.

– Apresentou o Jornal Nacional do início ao fim, pela primeira vez, em 12 de setembro de 1992, ao lado de Sérgio Chapelin. Na época, já se ventilava a possibilidade de afastar a dupla Cid Moreira – Chapelin da bancada. E os nomes de Valéria e Carlos Nascimento eram apontados como favoritos ao posto de âncoras.

– Lamentavelmente, a emissora a deixou de fora dos festejos por conta de seu cinquentenário, em 2015. Valéria não foi citada como apresentadora do JN. E queixou-se, com razão, em sua conta no Facebook.

– Foi também uma das primeiras profissionais a se aventurar na recém-criada Globosat, em dezembro de 1992, no comando do programa de variedades Modos, modas e manias, em três edições semanais.

– No início de 1993, saiu da Globo em definitivo para morar no exterior, atuando como modelo. Por lá, passou pela WNBC, emissora da rede NBC em Nova York, e pelo canal Bloomberg. Também foi roteirista de uma produtora independente – uma série escrita por ela sobre acidentes aéreos acabou perdida após os ataques de 11 de setembro.

– Voltou ao Brasil, de vez, em 2002. Antes, contudo, esteve aqui para gravar a minissérie Incidente em Antares (1994). Em sua estreia como atriz, na minissérie baseada na obra de Érico Veríssimo, viveu Valentina, uma mulher casada atormentada pela paixão que sentia pelo padre Pedro Paulo (Alexandre Borges).

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– Em 1999, foi contratada pela recém-criada RedeTV! para aturar como correspondente em Nova York. Mas acabou mesmo à frente do A Casa é Sua, atração de variedades apresentada nas manhãs da emissora por apenas três meses.

– Valéria participou da campanha eleitoral de José Serra (PSDB), em 2002. Foi quando Luís Inácio Lula da Silva foi eleito para o mais alto posto da República pela primeira vez.

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– Em 2014, esteve na televisão em dois tempos: no Viva, com a série O Show da Vida é Fantástico, onde revisitava os icônicos clipes do dominical e entrevistas estrelas da música; e na Globo, em Dupla Identidade (2014). Na série de Gloria Perez, viveu uma âncora de TV perseguida pelo serial-killer Edu.

– Em setembro de 2017, a jornalista soltou um vídeo no YouTube onde lançou pré-candidatura à Presidência da República. Se filiou ao PMN (Partido da Mobilização Nacional), mas o partido decidiu não lançar candidato a presidência, deixando-a de fora do pleito.

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– Valéria, então, se filiou ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), se tornando coordenadora do meio ambiente da legenda. Porém se desfiliou após atritos e se mudou para a Rede Sustentabilidade, concorrendo como vice-prefeita de Campinas. A chapa, que tinha André Von Zuben como candidato, ficou apenas na décima colocação.

– Atualmente com 56 anos, a jornalista tem planos para voltar a televisão e continua com o seu ativismo político, ainda buscando espaço na política nacional.

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.