Neusa Borges nasceu em 8 de março de 1941, em Florianópolis (SC). Iniciou sua carreira na capital paulista, como crooner de orquestras, tendo trabalhado com grandes maestros.

Sua estreia na televisão aconteceu em 1970, em Simplesmente Maria, da TV Tupi. Depois disso, esteve em algumas novelas da emissora, inclusive A Viagem (1975).

Foi para a Globo em 1976, onde esteve em Escrava Isaura, Dona Xepa, Sinhazinha Flô e Dancin’ Days.

Depois de algumas participações na Band, na Cultura, no SBT e na Manchete, se fixou novamente na Globo. Nos anos 1990, teve papeis em tramas como De Corpo e Alma, Quatro por Quatro e A Indomada.

Um papel de destaque veio em 2002, quando viveu a Dalva de O Clone, novela atualmente exibida pelo Vale a Pena Ver de Novo.

Também participou de América, Araguaia e Caminho das Índias. Em 2011, foi a Maria, destaque em A Vida da Gente.

A atriz sofreu um acidente em 2003, durante desfile pela Unidos da Tijuca no Carnaval do Rio de Janeiro. Ela fraturou a bacia e teve que passar por cirurgia. Ganhou na justiça uma indenização de R$ 700 mil.

Apelo por emprego

Nos últimos anos, Neusa já fez apelos pedindo novos papeis na televisão, pois estava passando por problemas financeiros. Depois disso, participou, por exemplo, de Salve Jorge e Boogie Oogie.

Em 2016, esteve em Escrava Mãe, da Record. Depois, participou de séries como Xilindró, Valor da Vida e Sob Pressão. Em 2020, esteve na série Auto Posto, do Comedy Central.

Em entrevista ao programa Sensacional, da RedeTV!, a atriz, que atualmente tem 80 anos, disse que nunca entendeu o motivo de não ter um contrato fixo com a Globo.

“Queria descobrir isso antes de morrer. Eu fiquei praticamente 50 anos ali dentro. Eu fiz grandes trabalhos com certeza, mas eu sempre digo, quando falam que não existe racismo. Talvez por ser mulher negra?”, questionou.

“Mas uma coisa é certa: eu nunca mamei na teta da Globo, porque eu sei muito bem que tem gente contratado por 10, 15, 20, 30 anos. Sempre dei a Globo bons e belos trabalhos. E uma coisa que devo a ela é que sou reconhecida não só no Brasil, como lá fora”, completou.

Brechó

“Estou morando em Salvador, não é por opção minha, porque eu sempre morei no Rio de Janeiro. Estou aqui porque perdi meu apartamento e estou desempregada desde Salve Jorge, como vários atores, daqueles que são escadas, sim, dos atores que ganham 300 vezes mais que a gente”, disse ao programa A Tarde é Sua, de Sônia Abrão.

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Ao jornal O Globo, no entanto, a atriz contou que se desfez brechó que tinha na capital baiana e que a sua situação melhorou.

“O coronavírus me segurou dentro de casa. E por conta da cirurgia também tive que passar por um repouso absoluto”, explicou ao site F5, da Folha de S.Paulo.

“Eu doei o brechó para uma família pobre de Salvador. Eu não vendi por necessidade, eu doei até o último prego da parede de bom coração”, completou.

“Não estou na miséria como falam na mídia. Não estou passando fome. Às vezes, temos o dia das vacas gordas e outros das vacas magras, mas é normal. Eu me senti pega de surpresa. Na pandemia, para nós atores, a vida não foi fácil, claro. Muitos não estão trabalhando, eu mesmo não ganhei benefício nenhum, mas tenho minha aposentadoria. Estou sossegada. Estou ficando velha, só quero sombra e água fresca”, concluiu.

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