Famosa por inúmeras novelas nos anos 1980, Ísis de Oliveira está sumida da televisão há muitos anos. A atriz ficou marcada por ter sido demitida pela Globo de forma inusitada.
Ísis nasceu em Nova Friburgo (RJ) em 28 de julho de 1951. Após ter atuado como modelo, estreou em novelas em Marron Glacê (1979). Depois esteve em tramas como Plumas e Paetês, O Amor é Nosso, Sol de Verão e Vereda Tropical.
Em Roque Santeiro, teve um papel de grande destaque, como Rosaly, uma das garotas da boate de Matilde (Yoná Magalhães).
Ainda participou de O Outro, Fera Radical e Que Rei Sou Eu? antes de fazer uma de suas últimas novelas.
Demitida no meio de um capítulo
Exibida entre 1990 e 1991, Meu Bem, Meu Mal ficou marcada como sendo a última de Ísis de Oliveira na Globo. A atriz acabou deixando a novela pela metade, após 68 capítulos, ao ser demitida pela emissora.
Na trama, Ísis vivia Mimi Toledo. Cliente de Berenice (Nívea Maria), resolve ajudar a manicure na vingança contra Isadora (Sílvia Pfeifer) por também ter mágoas do passado.
A personagem dava aulas de etiqueta e boas maneiras para o pobretão Doca (Cássio Gabus Mendes), preparando-o para investir em Vitória (Lisandra Souto) como se fosse um milionário.
Oficialmente, a Globo demitiu Ísis por ter faltado às gravações de fim de ano, em dezembro de 1990. Para viver Mimi, inclusive, Ísis deixou um papel em Lua Cheia de Amor.
Ao jornal O Dia de 27 de janeiro de 1991, a atriz disse que estranhou a decisão e não recebeu nenhuma explicação oficial da Globo. Também classificou o fato como um “ato autoritário e radical” do diretor Paulo Ubiratan (foto acima).
“Faltando 15 dias para o Natal, ela pediu autorização a Ubiratan para passar as festas de fim de ano em Lisboa. Ísis viajou com o compromisso de telefonar dia 26 de dezembro. Neste dia, ela lembra que ouviu a seguinte frase da produtora: “Bonitinha, você não está roteirizada. Está tudo organizado. Você tem gravação a partir do dia 2 de janeiro”. Ísis voltou ao Brasil no dia 30, e no dia 2 de janeiro, compareceu ao estúdio para gravar. Mas notou “um clima” diferente. Reinaldo Boury, diretor da novela, nada lhe adiantou. Assim, tentou falar novamente com Paulo Ubiratan para esclarecer a história que já estava sendo explorada pelos jornais. E recebeu um recado do produtor substituto que o diretor “não queria falar com a moça”, evitando dizer o nome da atriz”, explicou a matéria.
Saída prejudicou andamento da trama
A mídia destacou, na época, que Ísis foi a primeira atriz da Globo a ser demitida no meio de um capítulo, exibido em 19 de fevereiro de 1991, através de indiretas colocadas no texto.
“Dona Mimi não existe mais”, disse Sérgio Viotti, na pele de Toledo, marido de Mimi. “Ela foi demitida”, acrescentou. “Nunca tinha ouvido falar em uma esposa demitida”, retrucou Doca. “Digamos que foi demitida por excesso de faltas ao trabalho”, completou Toledo.
No entanto, a saída da personagem acabou prejudicando o andamento da novela.
“Sem Mimi Toledo à frente de seu plano de vingança, a trama central desandou. Mimi deixou a vingança nas mãos de Berenice e Toledo, tipos bonzinhos demais, forçados a levarem adiante um plano cruel contra Vitória para atingir a mãe dela, Isadora. Uma total incoerência com relação ao perfil dos personagens. O próprio Doca/Eduardo, que usou a moça, era, no fundo, gente boa. Quer dizer, gente boa ou não de acordo com a necessidade do roteiro”, explicou nosso colunista Nilson Xavier em seu site Teledramaturgia.
Além de Ísis, a irmã dela, Luma de Oliveira, também acabou deixando Meu Bem, Meu Mal na metade. Sua personagem, a garota de programa Ana Maria, acabou sendo assassinada.
Longe da televisão há anos
Hoje com 70 anos, Ísis ainda fez novelas na Manchete e na Band, mas deixou a televisão.
Atualmente, ela faz locuções publicitárias, vídeos institucionais, livros em áudio e mantém um ativo perfil no Instagram, onde interage com os fãs.
Ísis foi casada com a cantora Simone entre 1980 e 1987; depois, com o economista Celso Barbosa Braga e o ator e humorista Nelson Freitas. Ainda namorou o poeta e escritor Geraldo Carneiro.
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Divórcio após denunciar agressão
Nos últimos anos, ela voltou à mídia ao fazer uma denúncia contra o egípcio Hazem Roshdi, 35 anos, com quem estava junto a seis anos e se casou em 2014.
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Uma das agressões aconteceu em 2020, no Rio de Janeiro (RJ), após ela ter se negado a dar dinheiro para ele viajar para o Egito, onde passaria a quarentena.
“Ele queria R$ 10 mil para ficar em algum lugar e depois voltar para o Egito. Eu falei: ‘Não tenho esse dinheiro’. Aí ele foi ficando com raiva, chutou o ventilador, chutou o meu computador, dizia que ia quebrar a televisão. O mínimo que ele me chamava era puta, sua mulher de merda, e o lixo é mais limpo que você”, contou em entrevista ao portal F5.
Segundo ela, em 2017 já havia sido empurrada por ele no apartamento, cortando a sobrancelha.
A decisão de prestar queixa se deu após conversa com a também atriz e amiga Luiza Brunet, que passou por situação semelhante.
Ísis chamou a polícia, que levou ambos, em viaturas separadas, para uma delegacia em Copacabana. O divórcio veio em abril do ano passado.
“Aos amigos, seguidores, pessoas que tem carinho e respeito por mim. Acreditem vai ficar tudo bem”, postou a atriz nas redes sociais.
